terça-feira, 30 de agosto de 2011

• Onde Estão as Lágrimas para O Avivamento?

 
"Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham." (Salmo 126.1).

Na passagem acima, lemos que o povo de Deus estava em cativeiro. Não diz que tipo de cativeiro era, mas sabemos que o povo de Deus não deveria estar em prisão de espécie alguma. Depois o salmista diz que quando Deus libertou do cativeiro, as nações notaram e disseram: "Grandes coisas fez o Senhor a estes", e ainda confirma dizendo: "Grandes coisas fez o Senhor por nós, e, por isso, estamos alegres. Faze-nos regressar outra vez do cativeiro, Senhor," como naquele tempo, "como as correntes do Sul."

A palavra "correntes" aqui significa "torrentes", e o Sul, ou Neguebe, é o deserto inóspito que fica ao sul de Jerusalém, perto de Masada. Quando estive neste local, perguntei ao guia sobre este salmo. Ele me mostrou um wadi, um leito de rio vazio, tão seco quanto um osso. Mas contou que esteve ali certa vez quando chovera em Jerusalém. De repente, torrentes de água inundaram este leito, torrentes que não se podiam conter ou nem quase explicar.

As correntes do despertamento de Deus são exatamente assim, quando vem repentinamente para restaurar nosso cativeiro. Enquanto estivermos em cativeiro, não há água alguma. A palavra "de repente" é um termo próprio de avivamento. Você pode estar num deserto espiritual. Sua vida está ressecada. Os pobres e necessitados clamam, mas não há água. Depois, repentinamente, quando as chuvas começam a cair, há uma inundação incontrolável da presença de Deus, que arrasta tudo que está à sua frente. Por todas as Escrituras, encontramos referências à vinda de águas como bênçãos, como a chuva e a chuva serôdia, tal como vemos nesta passagem nos Salmos.

Os versículos 5 e 6 do Salmo 126 são a chave para que nosso cativeiro seja revertido. "Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria." A figura que vem à minha mente aqui é do povo de Deus num lugar privado, prostrados diante do Senhor. Estão semeando a palavra de Deus diante dele em oração e com lágrimas. Enquanto estão ali orando, Deus está quebrantando seus corações. Depois se levantam, e deixam o recinto de oração com a preciosa semente que Deus lhes deu. Ainda chorando, pregam esta palavra, e semeiam esta semente, e Deus afirma que sem dúvida voltarão com fruto. É o coração que a torna frutífera.

Onde Estão as Lágrimas?

Você já se perguntou para onde foram as lágrimas nas nossas assembléias e igrejas? As lágrimas representam o derramar da alma. Pode-se dizer que lágrimas são orações líquidas. Lágrimas são amor sem palavras. Não importa em que país estiver, ou em que cultura, ou com qual raça, as lágrimas sempre dizem a mesma coisa. São eloqüentes. Comunicam quando a linguagem não é capaz de fazê-lo, e mostram que o coração está envolvido.

O pregador vai ao púlpito com uma mensagem polida; seus gestos, sua homilética, e sua hermenêutica estão perfeitos, mas o sermão está mais seco que farinha. Depois, de repente, sua voz falha, e lágrimas começam a rolar pelas faces. Imediatamente o diácono acorda do sono, pois percebe que o coração do pregador está envolvido. As pessoas sabem, ao ver as lágrimas nos olhos, que estão encontrando algo verdadeiro.

Se nossos olhos estão secos, é porque nosso coração está desértico. É porque nosso cativeiro não foi revertido. Deus quer mudar nosso cativeiro. Não creio que a igreja terá uma mensagem ao coração do mundo enquanto o Senhor não conquistar o coração da igreja. Quando o Senhor possuir o coração da igreja, dará para ver a genuinidade disso através de lágrimas saídas do coração.

Jesus disse em João 7.38: "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". Eu pensava que isto fosse algo verbal, que representasse a pregação da palavra, e ainda creio que a inclua. Mas se você seguir a expressão "rios de águas" pelas Escrituras, descobrirá que na maioria das vezes se refere a rios de águas que saem dos olhos. Assim o salmista diz em Salmo 119.136: "Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei".

Jeremias diz: "Provera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo" (Jr 9:1).Todo o livro de Lamentações é sobre as lágrimas que as pessoas deviam derramar, e o choro que deviam expressar, por causa das crianças e do cativeiro do povo ao nosso redor.

Cativeiro Impede Lágrimas

A razão por que não vemos muitas lágrimas também está escondida no Salmo 126.1. É por causa do cativeiro. O povo de Deus está preso, sem liberdade. Algo os controla e os impede de romper para frente.

No livro mais antigo da Bíblia, Jó passou a maior parte da história relatada ali em cativeiro. Mas no último capítulo do livro lemos: "E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía" (Jó 42.10). Deus diz três vezes que Jó era o homem mais justo sobre a terra. Temia a Deus; aborrecia o mal; mas estava cativo. Qual era seu cativeiro? Estava preso a quê?

Jó estava cativo às suas próprias idéias do que significava ser justo, o que significava ser santo, e o que significava servir ao Senhor. Estava tão ocupado com seu próprio crescimento, sua própria libertação, e sua própria bênção, que não tinha tempo para os outros. Mas quando tirou os olhos de si mesmo por ter contemplado a Deus, e viu sua pequenez, e se arrependeu em pó e cinzas, então pôde compreender seus amigos. Ele orou, e Deus reverteu seu cativeiro. Quando Jó foi levado à cruz no seu interior, e pôde ver o Senhor e a si mesmo, o resultado foi quebrantamento, as águas começaram a fluir, e ele chorou. No final da sua história, Jó não era apenas justo, mas também misericordiosa.

Venha à Cruz

Não posso chorar por outros se tudo que ocupa minha mente é a preocupação com minha própria bênção, minha própria prosperidade, meu próprio ministério, e como Deus pode me usar. Tenho de ser descentralizado. Temos de vir à cruz, e ser destronizado, e descentralizado. Na cruz, Deus tira nossa mente da nossa própria vida insignificante.

A razão por que a oração com lágrimas nos atrai tão pouco é que tentamos entrar no nível celestial deste tipo de intercessão, no poder, na força e na sinceridade do velho homem. O velho homem não consegue manejar como arma o tipo de oração que estamos descrevendo, que é poderosa em Deus para destruir fortalezas. Só Deus nos pode dar esta capacidade. O velho homem pode imitá-la, mas nunca pode realmente exercê-la. Só pode imitar e fazer o barulho de "címbalo que retine".

É quando entramos em união consciente com o Senhor, esperando diante dele, que nossa oração é transformada. Ao chegarmos à cruz, e passarmos o veredicto da cruz sobre nossos próprios pensamentos e palavras, somos libertos. No cativeiro, nosso espírito está preso, e não estamos livres para entrar na emoção da oração, no clamor de coração em favor das coisas que Deus nos mostra como seus alvos.

O monstro do egoísmo que estava em Jó, e que está em mim e em você, precisa ser enfrentado e expulso. Cristo não pode nos possuir, nem fazer com que rios de águas saiam dos nossos olhos, e fluam do coração como prometeu, até que sejamos verdadeiramente quebrantados. Este quebrantamento na oração vem quando Deus restaura o cativeiro de Sião.

Identificado Com Cristo

Já ouvimos muito sobre a morte, o sepultamento, e a ressurreição de Jesus, e pregamos que fomos identificados com o Senhor em tudo isso, mas não levamos esta identificação até onde precisa ser levada. Morremos com ele, fomos sepultados, ressuscitamos – sim, subimos também, e estamos assentados com ele nos lugares celestiais. Mas depois nos esquecemos de continuar. Agora ele está em intercessão contínua. Estar ligado com ele, identificado com ele, significa unir-se com ele na intercessão, tanto quanto nos outros passos.

O Espírito Santo não está satisfeito com a qualidade atual das orações na igreja. Ele deseja libertar nossos corações, para não ficarmos mais amarrados, e para podermos andar em tudo que planejou para nós. Deus atenderá às orações quando houver um verdadeiro clamor por avivamento, quando nosso cativeiro for restaurado, e quando todo nosso ser estiver envolvido.

Esta é a carga que Paulo sentia ao escrever para os romanos, quando disse: "Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema", ou ir para o inferno, se com isto meus compatriotas segundo a carne pudessem ser salvos (Romanos 9.1-3). Este é o tipo de carga que Moisés carregava quando foi diante de Deus e disse: Senhor, se não puder salvar este povo, "risca-me, peço-te, do livro que escreveste" (Êxodo 32.32).

Lágrimas quentes não saem de corações frios. Um coração frio é um coração em cativeiro, um coração que não pode entrar nesta esfera. Quando o Senhor restaura o cativeiro de Sião, então vemos Deus abrindo os céus, derramando torrentes de chuvas, e enchendo os leitos secos novamente.

Assim que Sião entrar em dores de parto, dará à luz. Existem dores de parto. Paulo estava se referindo a isto quando disse: "Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós" (Gálatas 4.19). Dores de parto são agonias profundas, gemidos que não podem ser expressos em palavras.

"Derramai perante ele o vosso coração" (Salmos 62.8). A igreja primitiva tinha um lema que repetiam continuamente: "Não se chega no céu sem lágrimas". Durante três séculos a Igreja usou este lema.

Três Tipos de Gemido

Há três gemidos em Romanos 8. O versículo 22 diz que "toda a criação" geme agora, esperando a nossa manifestação, eu e você, quando Deus terminar a sua obra em nós. A criação está esperando a libertação do cativeiro da corrupção, que é o resultado da queda.

Depois passamos a um nível mais alto de gemidos. Diz que nós também gememos (v. 23). Paulo confirma isto em 2 Coríntios 5.2, dizendo que gememos no nosso tabernáculo ou corpo atual. Temos as primícias do Espírito Santo, e quando ansiamos por avivamento, quando ansiamos por santidade, quando ansiamos por diligência que está fora do nosso alcance, o Espírito geme para que sejamos revestidos e aperfeiçoados com tudo que Deus tem. Deus quer que gemamos, que ansiemos, e que avancemos para este alvo da sua completitude.

Mais adiante ele diz (v. 26) que não só a criação geme para se libertar do cativeiro da corrupção, e o cristão geme para se libertar do corpo de carnalidade, mas o Espírito de Deus, o Consolador dentro de nós, também geme para ser livre dos laços do cativeiro. Nós o amarramos, e o limitamos às nossas orações estéreis, às nossas listas de oração e às coisas que concluímos intelectualmente que o Espírito quer ou precisa fazer. Mas não caminhamos suficientemente.

Poder e lágrimas são eternamente interligados nas Escrituras. Se você for a Jerusalém, encontrará o que chamam de "vidros de lágrimas". Os rabinos costumavam recolher suas lágrimas em vidrinhos para guardá-las. Isto se baseia no Salmo 56.8: "Recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro?" No livro do Apocalipse, Deus guarda taças de oração (Ap 5.8). A oração não se dimensiona apenas pelo tempo que se gasta; sua medida depende da intensidade, quando chegamos a um verdadeiro ponto de liberação.

Quem poderá contemplar profundamente a maravilhosa Cruz sem lágrimas? Quem pode compartilhar a Palavra da Cruz sem lágrimas, se realmente a compreende? Quem pode olhar para as almas perdidas e para aquilo que acontece por toda parte hoje, sem lágrimas? Quem pode conhecer o coração de Deus sem lágrimas? A situação que vemos hoje demanda uma contribuição de lágrimas.

Deus Atende às Lágrimas

As lágrimas fazem toda a diferença. Este fato não está escondido nas Escrituras, entretanto geralmente não o enxergamos e simplesmente passamos por cima. Por exemplo, foi quando os filhos de Israel gemeram e suspiraram e clamaram que Deus veio e ouviu. Ele disse: "Vi, com efeito, a aflição do meu povo no Egito, ouvi os seus gemidos, e desci para livrá-los"( Atos 7.34).

A palavra "gemido" neste texto é muito importante. É a mesma palavra usada na passagem que diz: "O Espírito nos ajuda na fraqueza ... com gemidos inexprimíveis".

Agora observe a palavra "ajuda". Só é usada em uma outra ocasião no Novo Testamento, quando Marta reclamou com Jesus, e pediu que ordenasse a Maria que a "ajudasse" (Lc 10.40). Em outras palavras, Marta queria que Maria se envolvesse no serviço que estava demais para ela. Dá uma idéia de alguém que está carregando um peso muito grande, e está a ponto de não agüentar mais, quando enfim um outro chega e diz: "Deixe-me ajudá-lo antes que entre em colapso".

O Espírito de Deus me ajuda na minha fraqueza. Ele me auxilia com gemidos. São os mesmos gemidos do povo de Israel na escravidão do Egito, na sua angústia por libertação. É o gemido de Ana quando chorou até que Deus a ouviu, e lhe deu um profeta por filho (1 Sm 1.1-20). É o mesmo também de Ezequias, a quem Isaías trouxe a palavra de Deus: "Vi as tuas lágrimas" (2 Rs 20.5), e cuja doença mortal foi transformada em vida.

Neemias chorou, e suas lágrimas e olhos inchados foram notados pelo rei. Deus usou suas lágrimas para libertar o povo de Deus e para construir os muros de Jerusalém. Vez após vez, lemos nas Escrituras que Deus não desprezará a um coração quebrantado e contrito. "O Senhor já ouviu a voz do meu pranto" (Sl 6.8).

"Semear em Lágrimas"

A Bíblia diz que devemos "semear em lágrimas" – semear a Palavra de Deus em lágrimas. Lembre do apóstolo Paulo que disse em Atos 20 que esteve entre os efésios por três anos de dia e de noite admoestando e pregando com lágrimas. Em 2 Coríntios 2.4, ele diz: "Porque em muita tribulação e angústia de coração vos escrevi, com muitas lágrimas".

Então ele falava a Palavra de Deus e escrevia a Palavra de Deus com lágrimas. E disse também para Timóteo: "...recordando-me das tuas lágrimas" (2 Tm 1.4).

Se semearmos com lágrimas no nosso quarto em particular, então sairemos com um coração quebrantado, e veremos o fruto daquelas promessas que plantamos com fé. Esta é a verdadeira preparação de mensagens – não apenas a elaboração de um esboço, mas a entrega do coração e da mente diante de Deus.

"Servindo ao Senhor com Lágrimas"

Paulo não só semeou a Palavra de Deus com lágrimas, mas serviu ao Senhor com lágrimas (At 20.19). O que isto significa? Só posso compreendê-lo em parte.

"Servir ao Senhor com lágrimas" significa, eu creio, ministrar ao Senhor e sofrer junto com ele. Se algo terrível lhe acontecer, e alguém se aproximar e se sentar ao seu lado, e chorar junto com você, isto não lhe ministrará? Creio que no mesmo sentido, quando nos aproximamos ao Senhor, e esperamos nele, e choramos com o coração do nosso Pai celestial, estamos partilhando da sua angústia e do seus sentimentos. Estamos sendo "cooperadores de Deus" (1 Co 3.9).

Queremos o poder de Deus, mas não queremos sua dor. Em Filipenses 3.10, Paulo escreveu da "comunhão dos seus sofrimentos" – (no plural). Também escreveu que ele e os outros obreiros estavam "como entristecidos, mas sempre se alegrando" (2 Co 6.10). É isto que Deus tem para nós. Como foi que perdemos esta maravilhosa espera, onde a presença do Senhor está sobre nós, de tal forma que entramos no anseio do seu coração e o servimos com lágrimas! No nosso ministério para o Senhor, não devemos negligenciar nosso ministério ao Senhor, entrando na intimidade do seu coração e partilhando dos seus sentimentos.

Suplicar com Lágrimas

"Derramai perante ele o vosso coração" (Sl 62.8). Devemos derramar nossos corações diante de Deus antes que ele possa derramar o Espírito sobre nós. Lembro de como fiquei chocado quando examinei as Escrituras e vi algumas palavras ali que temos esquecido. Tem a palavra grega penthos, que significa um coração quebrantado e contrito, um fluir do coração e da alma, uma empatia com Deus, compungido no coração, de coração partido. E depois há palavras como "solicitude" – sentir junto com o Senhor.

Temos feito isto em oração? Temos tomado tempo para ouvi-lo e dizer: "Senhor, estou à tua disposição" – talvez incapazes de falar, às vezes apenas gemendo. Esta é uma dimensão de oração, um clamor de coração para avivamento.

Lembro-me quando o Senhor começou a me ensinar isso. Estava passando a noite com um maravilhoso casal da igreja Presbiteriana, um presbítero e sua esposa, e eu pregaria na sua igreja aquela noite e nas duas ou três noites seguintes. Tivemos um encontro naquele primeiro dia para conversar. Harold era um homem amável, mas percebi logo que havia algo errado, algo no seu interior que o estava impedindo. Comecei a orar por ele.

Falei: "Senhor, mostra-me como orar por Harold. Não sei como orar por ele. Há algo errado, mas não tenho a menor idéia do que seja."

Naquela noite, fomos à igreja e tivemos um culto maravilhoso. Quando chegamos em casa, antes de irmos dormir, eu disse: "Por que não oramos juntos?" Então Harold, sua esposa e eu demos as mãos uns aos outros e começamos a orar.

Abri minha boca e disse: "Senhor, quero levar Harold diante de ti...", e sem qualquer emoção, sem qualquer sensação de entrar nos meus próprios sentimentos humanos, foi como se a tristeza invadisse todo meu ser. Minha voz começou a falhar e pensei: "O que está acontecendo comigo?" Meus olhos começaram a lacrimejar, e perguntei a mim mesmo o que iam pensar sobre este pregador se chorasse na oração.

"Senhor, o que vão pensar?" disse no meu íntimo. Mas o Senhor aparentemente não se importava com o que iam pensar. Tentei me recompor, mas tudo que conseguia dizer era apenas: "Harold... Harold..." As lágrimas escorriam pelas faces, e caíam do meu queixo. Humilhado, não conseguia soltar minhas mãos para pegar meu lenço, porque estávamos de mãos dadas. Continuei tentando me controlar, mas não pude fazer outra coisa senão soluçar e dizer: "Harold... Harold..."

Isto continuou por uns dez minutos. Estava totalmente humilhado. Finalmente, tudo que consegui dizer era: "Perdoem-me. Não sei o que está acontecendo."

No mesmo instante, Harold disse: "Eu sei o que está acontecendo". Fomos dormir. No dia seguinte, de manhã, tivemos uma reunião de oração. Harold ficou em pé e disse: "Quero agradecer a Deus por ter me libertado ontem à noite naquele momento de oração – depois de trinta anos de escravidão!"

Gemidos Inexprimíveis

Fiquei profundamente comovido. Fui para um lugar para estar sozinho com o Senhor. Perguntei: "Senhor, o que está tentando me ensinar? O que está acontecendo?"

O Senhor respondeu: "Você queria saber como orar por Harold. Mas você não ama a Harold como eu o amo. Eu o amo. E você não conhece a Harold como eu o conheço. Como pode orar por Harold? Mas você disse que queria aprender a orar por ele. Então eu aceitei suas palavras ao pé da letra. Tomei suas emoções emprestadas. Tomei seu coração emprestado. Tomei suas palavras emprestadas. E orei por Harold através de você. Você entrou numa dimensão de oração que pouco conhece. O Espírito de Deus fez intercessão através de você com gemidos que nunca poderiam ser colocados em palavras humanas, pois eram grandiosos demais, profundos demais para isso; como isso seria impossível, tomei suas faculdades emprestadas para fazer minha oração. E, a propósito Al, o Pai sempre ouve minhas orações."

Então eu disse: "Senhor, isto é realmente algo que dá para experimentar? Podemos entrar nisso?" E o Senhor começou a mostrar-me Epafras no livro de Colossenses (4.12): "... que sempre luta por vós nas suas orações". A palavra "luta" é a palavra "agonizomai" no grego. É a mesma palavra usada para se referir à luta de Jesus no Jardim do Getsêmani (Lucas 22.44). "E, posto em agonia..." ("agonai"). É a mesma palavra usada para a Maratona Grega de 41 quilômetros. E é a mesma palavra que Paulo usou quando disse que queria que os cristãos romanos lutassem (agonizomai) juntos com ele em oração (Rm 15.30).

Mas onde está hoje a agonia? Deus está nos dizendo que devemos ir além da nossa posição atual na oração, que devemos esperar nele até que nossos corações se quebrantem, até que sejamos conduzidos a uma nova dimensão. Nossas orações terão uma dimensão cósmica e veremos coisas surpreendentes acontecerem.

O Dom de Lágrimas

Este é um dom de Deus e não o receberemos se o não pedirmos. Em Gálatas 4.6, diz: "E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai". Sempre lia esta passagem, e achava que se referia a falar suavemente: Aba, Pai. Mas a palavra "clama" usada aqui é krazein, que é usada do geraseno endemoninhado, que andava gritando pelos sepulcros e montes (Marcos 5.5). O que Gálatas 4.6 quer dizer é que quando nos colocamos diante de Deus, o Espírito do Filho amadurecido é enviado ao nosso coração e clamamos "Aba" – que é um gemido impossível de ser colocado em palavras. É um estado de enfraquecimento, uma carga no coração, uma atitude de "Não mais eu, mas Cristo em mim" na oração.

Conhecemos algo sobre "Não mais eu, mas Cristo em mim" quando se aplica ao nosso viver diário, mas quando foi a última vez que o aplicou à sua vida de oração? Não conheço muito esta dimensão na oração tampouco, mas desejo aprender a fim de responder ao clamor por avivamento que está no meu coração há muitos anos.

Examine a história e verá que foi nos grandes momentos de avivamento, quando lágrimas e quebrantamento vieram para a igreja, que Deus rasgou os céus e desceu. Foi quando rasgaram seus corações e choraram diante dele.

Isto é muito além de chorar por arrependimento ou por alegria diante do Senhor. É entrar na comunhão do seu sofrimento, é relacionar-se com o Espírito Santo, é orar com o Espírito. É colocar a mim mesmo e as minhas faculdades à disposição do Espírito Santo. Torno-me como leito de rio, como wadi, e Deus derrama o seu Espírito; de repente, através desta pessoa seca e vazia passa um fluir torrencial da sua Presença. Começamos a ver com seus olhos e a sentir com seu coração, a ansiar com seus desejos e a respirar com seu sopro. Isto nunca pode ser produzido pelo homem. É trabalhado em nós pelo próprio Deus. Este é o dom de lágrimas.

Quem Pedirá o Dom de lágrimas?

Tenho visto homens fortes e durões, homens que normalmente não chorariam, dizer: "Senhor, concordo com isto; quero pedir o dom de lágrimas". Lembro-me de um homem desse tipo, um homem dedicado, mas que não tinha lágrimas nas suas orações. Ele pediu: "Senhor, quero o dom de lágrimas".

Uma semana depois, ele estava numa reunião do conselho da sua igreja. A única coisa que conseguia dizer na reunião era: "Senhor, estou sentindo tanta angústia em favor da nossa igreja". E disse o mesmo também aos outros diáconos presentes. De repente, começou a tremer por dentro, e não conseguiu mais ficar na sua cadeira. Caiu no chão e começou a chorar, e a clamar em agonia em favor da sua igreja. Os outros ficaram olhando, querendo saber o que estava acontecendo. Mas o Espírito Santo tomou conta dos seus corações também, e logo todos os diáconos estavam no chão, chorando diante de Deus em favor da igreja.

Temos de participar desta angústia do coração de Deus. Não podemos levar as cargas dele, se estivermos preocupados somente com as nossas. O Espírito Santo toma conta do coração e da mente, e logo se torna realidade que "não mais eu, mas Cristo" age em nós pela oração.

Isto não é nada natural. Este tipo de oração nunca acontecerá a menos que nossos corações sejam limpos, e a menos que nosso cativeiro tenha sido restaurado. Temos de estar diante dele como sacrifício vivo, apresentando a ele nossos corpos, nos dispondo como leitos de rio, para que ele ore através de nós. Nosso clamor é: "Senhor, usa-me e ora através de mim, até alcançar o alvo". Este tipo de oração vai mudar o mundo! É algo de dimensão cósmica, e de efeitos espantosos. É Cristo orando em nós. Há um tremendo mistério e uma grandiosa majestade nisso. Que ministério nós temos!

"Buscai ao Senhor com Lágrimas"

A Bíblia foi escrita com lágrimas, e é às lágrimas que seus maiores tesouros se abrirão. "De todo o meu coração tenho te buscado" (Sl 119.10). Se você sair lá fora e olhar para o sol, e lágrimas não encherem seus olhos, você ficará cego. A pessoa que estuda a Bíblia, e já resolveu todos os impasses, freqüenta as melhores reuniões, e obtém verdades radiantes e brilhantes, contudo sem lágrimas, se tornará fariseu. Os sacerdotes cegos nem reconheceram Jesus quando esteve entre eles.

Nunca houve um avivamento enquanto a igreja não ficasse desesperada, enquanto não houvesse lágrimas. Estamos desesperados? A igreja está desesperada? Eu estou desesperado?

O Salmo 42 diz: "Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo..." Minha alma é como um deserto seco. Preciso de água. "Quando entrarei e verei a face de Deus?"

Depois continua: "As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite..." Não são palavras de quem está entoando um doce cântico. É alguém que não consegue comer, que não consegue fazer nada mais de dia ou de noite. Ele se coloca diante de Deus e diz: "Deus, rasga os céus! Age, ó Deus!" Suas lágrimas são a única coisa que sua boca está provando. Está clamando com agonia. É isto que precisa acontecer no nosso meio e na igreja do Senhor antes que o avivamento possa realmente chegar – a menos que Deus resolva fazer algo novo (o que tem todo direito de fazer, se quiser).

Não vejo muita esperança que a igreja chegue facilmente a esse ponto. Joel 2 fala de uma assembléia solene, e diz: "Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor..." (v. 17). A palavra significa, na verdade, "uivar", e é uma ordem, não uma sugestão. Era para ser feito continuamente, entre o pórtico e o altar, ou seja, entre o altar de oração e o pórtico, onde o povo ficava, intercedendo com oração e uivos.

Este é o anseio do Senhor, é o que pesa seu coração. Foi o que aconteceu no cenáculo, por dez dias antes do Pentecoste, cumprindo o que Joel havia ordenado, de tal forma que Pedro pudesse falar: "Isto é o que foi dito pelo profeta Joel" (Atos 2.16).

O Verdadeiro Clamor de Coração por Avivamento

Você gostaria de receber o dom de lágrimas? Eu creio que se pedirmos o dom de lágrimas ao Senhor, ele o dará a fim de podermos realmente clamar de coração por avivamento. Não existe nenhum clamor de coração por avivamento onde não há lágrimas.

Deus nos oferece: "Você permite que lhe dê meu coração?"

"Mas Senhor," respondo, "é um coração quebrado!"

"Sim, e assim estão os corações de todos aqueles que verdadeiramente são meus. É através desses corações quebrantados e contritos que posso liberar meu Espírito, especialmente em intercessão à medida que a pessoa se coloca diante de mim no seu recanto de oração com a Bíblia aberta. Ela toma as promessas de Deus e faz intercessão de acordo com a vontade do Pai." E então Deus Pai ouve, como ouviu em Êxodo: "Tenho ouvido o seu clamor... porque conheço os seus sofrimentos" (3.7).

Senhor, Restaura Nosso Cativeiro!

Somos muito duros e temos medo dos sentimentos. Ou em outras palavras, estamos em cativeiro. Estamos fechados no nosso egoísmo, e naquilo que outros podem pensar de nós. Não é uma questão de gostar de lágrimas, nem de pedir que o Senhor nos faça mais emotivos. Pelo contrário, é dizer: "Senhor, dá-me o privilégio de entrar nas orações da própria divindade. Permite que eu entre nesta dimensão de oração. Torna-me a ti, ó Senhor, e serei restaurado. Restaura meu cativeiro!"

Ah, que Deus derramasse seu Espírito de graça e súplicas, como diz em Zacarias 12.10! Mas depois diz que prantearão e chorarão.

Estamos dispostos a ir além daquilo que já experimentamos? Estamos dispostos a cair de rosto em terra e realmente orar? Jesus "adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou..."(Mt 26.39). "E, posto em agonia, orava mais intensamente..." (Lc 22.44). É isso que Deus quer nos ensinar. Não importa o quanto você já aprendeu ou o que já sabe sobre oração. É o que ele quer ensinar agora, nesta hora da igreja, nesta hora da história, que importa.

Quando fizermos assim, torrentes passarão por nossa vida pessoal e por nossas famílias, e limparão tudo, limparão nossas igrejas, limparão nossa terra. Será algo espantoso. Mas não acontecerá sem oração.

Você permitirá que o Senhor o quebrante? Ele ouvirá o clamor daqueles que o invocam de dia e de noite. "No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me, fortalecendo a minha alma"(Sl 138.3).

Al Whittinghill ministra em conferências e campanhas evangelísticas através do mundo com o grupo "Ambassadors for Christ, International (Embaixadores por Cristo, Internacional), com sede em Geórgia nos Estados Unidos.
por Al Whittinghill

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PROBLEMAS NO CORAÇÃO DO PROFETA



Ezequiel
Netto

No artigo no.
6 desta seção falamos um pouco sobre os princípios de interpretação de uma
palavra profética, destacando que toda profecia é composta por 3 fases:

REVELAÇÃO – o
que Deus nos mostrou, muitas vezes de forma simbólica e por enígmas

INTERPRETAÇÃO
– quando descobrimos o significado da palavra profética

APLICAÇÃO – ou
que atitude teremos a partir daquela revelação.

Vimos que a
maioria das pessoas não têm problemas com a revelação em si, mas com
interpretações erradas do que receberam da parte de Deus. E por conseguinte, se
a interpretação foi errada, as atitudes tomadas a partir dai também serão
erradas.

Vimos que
precisamos depender de Deus também para interpretar, e não usar da lógica
humana ou até mesmo chegar a conclusões precipitadas para assuntos que nos
parecem tão claros.

Para uma
correta interpretação, não basta apenas termos uma compreensão do simbolismo. A
interpretação passa por um processo onde nosso entendimento destes princípios
interage com nossa sensibilidade ao Espírito Santo e também com a postura de
nosso coração, se está ou não limpo e totalmente entregue ao Senhor.

Existem 2
problemas em nosso coração que podem causar erros de interpretação, mesmo
quando temos entendimento sobre o simbolismo na profecia:

  1. 1. Quando nosso coração não está bem com Deus (um espírito de
    orgulho nos torna “não ensináveis”, o que leva a falsas interpretações)
  2. 2. Quando nosso coração não está bem em relação às pessoas a
    quem estamos ministrando (feridas, amarguras, preconceitos)
Nosso
coração precisa estar reto diante de Deus e puro perante as pessoas para que
possamos interpretar corretamente as revelações proféticas. Uma revelação nos é
dada como uma pedra para edificação e, quando é mal interpretada, se torna para
nós uma pedra de tropeço. Devemos crescer em conhecer o simbolismo, e também
precisamos manter nosso coração cada vez mais purificado diante do Senhor, para
sermos usados profeticamente. Ter comunhão com Deus é o elemento mais
importante para interpretação de sonhos, visões e revelações (Ap 19:10b).

José e
Daniel foram usados por Deus para interpretar sonhos mais que qualquer outra
pessoa na Bíblia. Tinham ministérios e chamados muito semelhantes, e trilharam
caminhos totalmente diferentes até que Deus pudesse usá-los em seu propósito.
José demonstrava ser orgulhoso desde a juventude, enquanto que Daniel escolhera
o caminho da humildade. Os anos de sofrimento na vida de José foram necessários
para quebrantá-lo e amadurecê-lo, o que podemos perceber em sua posição diante
dos irmãos (Gn 37) e depois diante de faraó. Daniel, apesar de sábio e de
família nobre, já era humilde e quebrantado, e não precisou passar por
sofrimentos para ter condições de servir a Deus diante do rei, interpretando
revelações. Ele foi um dos poucos homens que escolheu espontaneamente este
caminho. Eles sabiam que a base para interpretação era conhecer a Deus (Gn 40:8/41:15,16;
Dn 2:27-28). O orgulho nos torna independentes de Deus, e a humildade nos
aproxima mais dele (Jo 5:19; Tg 4:6-8). Além de humildade, nosso coração
precisa ser puro para vermos a Deus e conhecermos sua vontade (Mt 5:8).

OBSTÁCULOS
QUE NOS IMPEDEM DE INTERPRETAR CORRETAMENTE:

Opiniões pessoais:
Em vez de
buscar em Deus a interpretação, muitas vezes somos tentados a decifrar
logicamente a visão, com nossos pensamentos e opinião a respeito do tema. Isto
é uma forma de orgulho. Precisamos do que está na mente do Senhor, e não na
nossa. Um tipo de opinião perigosa é quando está relacionada com uma doutrina
predileta, que é um ensino que elevamos a uma posição mais elevada que os
demais, e analisamos as coisas através deste filtro.

Vamos
tomar por base um exemplo típico em nosso meio: Deus nos revela que um casal
está tendo conflito e crise conjugal. Aqueles que valorizam demasiadamente as
doutrinas de autoridade e submissão vão dizer que a mulher precisa se submeter
ao marido, que o marido precisa amar sua mulher,etc, etc. Por outro lado, os
irmãos com forte chamado evangelístico já vão achar que os problemas são
decorrentes da falta de conversão genuína. Um adorador já diz que o casal deve
ter momentos para adorar a Deus juntos. Ainda tem aqueles que perguntam se o
casal sabe invocar a Jesus.

Feridas e Amarguras
As feridas e falta de perdão funcionam como um muro que impede que vejamos o que
Deus está dizendo. Toda revelação negativa sobre uma pessoa ou grupo que tenha
nos ferido deve ser considerada suspeita. Problemas do passado com uma
liderança também podem fazer com que pessoas interpretem negativamente e de
forma bem dura uma revelação sobre estas pessoas. Em vez de construirmos,
encorajarmos e confortarmos, nossa revelação será destruidora e desencorajadora.
José aprendeu a perdoar todas as injustiças sofridas e se tornou muito útil em
interpretar revelações.

Atualizando
o ditado popular, podemos dizer: “quem canta seus males – espanta!” A pessoa
amargurada só traz palavras negativas, afastando os que estão ao seu redor.

Pecado e amarras Espirituais
O pecado, escravidão espiritual, fortalezas malignas, como a cobiça, rebeldia, amargura,
religiosidade, arrogância, impaciência, todas perverterão nosso entendimento
gerando falsas interpretações.

Juízos Carnais
Estes
também são opiniões, sendo que mais traiçoeiros pois tentam passar por
discernimento espiritual. Ocorrem quando julgamos pela aparência exterior e até
mesmo Samuel, um grande profeta do Antigo Testamento, tinha esta deficiência (I
Sm 10:24/16:6-7). Uma boa maneira de nos livrar deste problema é ministrar de
olhos fechados ou não ver a pessoa para a qual estamos ministrando. Nossa
interpretação não pode estar baseada em se a pessoa usa terno e perfumes caros,
tatuagens e afastador na orelha, jeans rasgado e sujo ou coisas parecidas. Uma
ovelha pode estar suja hoje e ser poderosa nas mãos de Deus, bastando apenas de
um bom mergulho nas águas do Espírito. E tem engravatado tão maldoso que não
muda nem na base da paulada.

O QUE É
MAIS IMPORTANTE

É necessário crescimento e amadurecimento para desenvolvermos a habilidade de
interpretar. Isto não acontece da noite para o dia. É importante conhecermos os
símbolos, e também crescer na essência do que é ser profético – a dependência
de Deus. Não podemos crescer no ministério profético sem dependência e
intimidade com o Senhor. Para ouvir a voz doce e suave do Espírito, devemos
estar bem próximo a ele, pois não está gritando pelas praças.

O Treinamento através do sofrimento
O sofrimento tem um papel importantíssimo no nosso amadurecimento espiritual, com
reflexos bastante positivos no ministério profético. Depois de passar pela
tempestade, os discípulos de Jesus chegaram transformados na outra margem do
mar da Galiléia. E será por que Deus nos treina através do sofrimento?

Para remover o orgulho, sentimento de elite espiritual, soberba, achar
que é o centro do avivamento.
Para que reconheçamos nossa extrema necessidade de outros ministérios no
corpo de Cristo. Devemos amar a toda a igreja, e não apenas os que parecem e
agem como nós.
Obter maior sabedoria e entendimento no processo profético. Não podemos
subestimar o potencial profético de trazer efeitos negativos e não apenas
positivos. O ministério profético tem tendência a manipulação e controle do
rebanho, e orgulho espiritual.
Mudar o conceito de uma igreja que abranja toda a cidade. Existe um
ensino que diz que toda cidade deve ser governada por um presbitério único,
onde a ênfase é colocada na estrutura, e não em relacionamentos de amor.
Prestação de Contas. Existe a necessidade de todo ministério ter pessoas
maduras e responsáveis às quais devemos prestar contas, tanto no contexto
local, como fora dele. É necessário que nos submetamos a pessoas com autoridade
de nos corrigir e nos disciplinar.
Necessidade de uma equipe ministerial equilibrada. As pessoas proféticas
de alta tensão, com suas manifestações espirituais inusitadas, precisam do
equilíbrio de pastores compassivos, teólogos dedicados e demais ministérios. A
integração ministerial traz equilíbrio e estabilidade à igreja.
Enxergarmos nossas franquezas encobertas e falhas escondidas. Deus
aplica em nossas vidas várias formas de disciplina visando nossa purificação.
Podemos reagir a tudo isto de maneira correta, que é suportar sua disciplina
redentora, sabendo que é para nosso bem, para que possamos participar de sua
santidade (Hb 12:7,10), ou reagir de forma errada, como
Desprezar a correção, negando nossa necessidade de ajuste, alegando que
os problemas são ataques de Satanás
Ficar paralisado e cair na paralisia da autocondenação e desespero
Ficar amargurado contra Deus
CRENÇAS ERRADAS NO MINISTÉRIO PROFÉTICO
Existem alguns
entendimentos referentes ao ministério profético que dificilmente são
ensinados, mas que acompanham muitas pessoas, gerando muita confusão e aumentando
a rejeição que muitos têm por este importante segmento da igreja. Escolhemos os
três mais comuns:
1) Caráter = Unção
Muitas pessoas presumem que dons espirituais e unção são sinais de
caráter transformado, concluindo também que o caráter é a base para recebermos
os dons da parte de Deus. Outro erro é acreditar que as pessoas mais
espirituais, maduras e santificadas são aquelas que tem os dons mais
abundantes. Um fato importante que devemos tomar bastante cuidado é que a
maioria das pessoas proféticas não tem o dom de liderança essencial para a
saúde, o equilíbrio e a segurança da igreja. Uma igreja guiada exclusivamente
por profetas não oferece um ambiente seguro para o povo de Deus. O fato de
haver poder e revelação fluindo através de determinados ministros proféticos
não é necessariamente um sinal de que Deus está contente com as outras áreas de
suas vidas.
2) Unção significa
endosso divino para o estilo ministerial
Profetas tendem a
pensar que o método ou estilo que usam são essenciais ao fluir da unção em suas
vidas. Muitos benefícios trazidos à igreja pelo ministério profético são
acompanhados de problemas relacionados ao estilo e metodologia heterodoxos que
este ministério adota. Em muitos casos, precisamos ter coragem e dizer: “você
precisa parar com isto!” Temos uma forte tendência a sistematizar experiências
espontâneas. Pensamos que, se descobrirmos o método-chave, conseguiremos
controlar as manifestações. Cremos que a unção vem ao cantarmos certa música,
quando arrumamos as cadeiras de certa forma, quando se toca o saxofone, da
mesma forma que o jogador de futebol acredita que seu time ganha quando está
jogando com aquela meia velha e furada. As pessoas que chegam a este ponto
sentem-se pressionadas a dizer que Deus está operando, mesmo quando não está.
Este erro é terrível. Uma boa maneira é fazer como Elias e derramar água sobre
nossos sacrifícios (1 Rs 18), dependendo exclusivamente de Deus, que
manifestará seu poder sem a nossa ajuda.
3) Unção significa
100% de exatidão doutrinária
Na história da
igreja sempre aparece pessoas muito ungidas que adotaram doutrinas esquisitas.
Um exemplo disto é Willian Branham, que acabou caindo em heresias. Ele acreditava
que, se Deus lhe dera tanta revelação profética, por que também não lhe
revelaria a sã doutrina? Quando as curas, profecias e milagres passam a ser
comuns, os profetas ficam insatisfeitos e querem se tornar mestres.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3



SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
A PALAVRA PROFÉTICA
John Maclauchlan
Por definição, o profeta fala. Mas, também por definição, o profeta de Deus é alguém
através de quem Deus fala. Ele não é profeta a fim de expressar-se a sim mesmo, antes é o
porta-voz e representante de Deus. Ele está disponível a Deus como alguém por quem Deus
pode se expressar. A palavra profética e a palavra de Deus. Não consiste de idéias,
pensamentos, sermões, lógica acadêmica ou conclusões. Se não consistir da palavra de
Deus, não poderá ser classificada como “profética”.
O que é, então, a palavra de Deus? Para cada um de nós, palavras são meios de
auto-expressão. Isto também se aplica ao Deus que nos criou. Ao falar ele se expressa. Sua
palavra então encarna sua vontade e desejos, e de fato sua própria natureza. Transborda
também do seu poder e contém em si mesma sua energia criativa. Assim, na criação, Deus
disse: “Haja...” e houve! O Deus vivo determinou expressar-se numa nova dimensão, e
trouxe à existência todo o universo material. Ele o fez pela sua palavra. Já que constituem
um aspecto da sua auto-expressão, não é de se admirar que “os céus proclamam a glória de
Deus”. Se considerarmos a criação, veremos que palavras para Deus são dispendiosas.
Evolvem consumo de energia, de criatividade, e até mesmo do seu próprio ser. A extensão
total deste dispêndio foi revelada quando Deus nos falou no seu Filho. Neste ato de
redenção Deus expressou seu amor através da própria morte. Verdadeiramente Jesus á a
Palavra de Deus.
Em contraste, para o homem atual em nosso mundo ocidental as palavras são
baratas. Elas o bombardeiam de todos os lados, em livros, jornais, televisão, rádio, no ruído
da vida cotidiana. Chegam a ele com uma atitude de: “aceite ou rejeite”. Ele tem a opção de
retê-las ou ignorá-las, conforme desejar. Ele recebe as palavras como informação, como se
elas fossem suas servas. Não contêm vida alguma. Não produzem resultados. Ao perder o
impacto criativo das palavras, o homem moderno se empobreceu.
De fato, se tudo o que o homem ouve são suas próprias palavras, e se
constantemente deixa de ouvir o que Deus está dizendo, não fica ele apenas mais pobre, na
verdade ele já está morto! O homem vive pelo ouvir o que Deus está continuamente
dizendo. O verbo “procede” em Mateus 4:4 é originalmente o mesmo que “sai” em
Apocalipse 22:1. As palavras de Deus são vistas como um fluir contínuo, semelhante ao rio
que flui do seu trono. São tão essenciais para a vida humana quanto o seu alimento.
Por causa do alto preço das suas próprias palavras, Deus quer que o homem as trate
com a importância que merecem. Ele não deve falar levianamente ( Mt 12:36 ). Pela sua
palavra Deus tanto criou ( Hb 11:3 ) como sustenta ( Hb 1:3 ) o universo até hoje. O homem,
como ápice da auto-expressão de Deus, feito na sua forma e semelhança ( Gn 1:26 ),
precisa constantemente ouvir e obedecer a essa palavra. Fazer assim é parte de sua própria
vida. É morte para ele deixar de o fazer. Deus está constantemente falando “hoje”; o destino
do homem sempre dependa da sua resposta ( Hb 3,4 esp. 3:15 ).
Há um conceito errado muito generalizado hoje a respeito da natureza da palavra de
Deus. Alguns dizem que para ouvi-la só é necessário ler a Bíblia. Outros dão a entender que
a palavra de Deus são meras informações e diretrizes para a vida. Mas como já vimos, a


palavra de Deus flui constantemente e é poder. Simplesmente ler a Bíblia é insuficiente, seja
qual for sua utilidade para nos ajudar a compreender os caminhos de Deus. Precisamos
conhecer o Deus que realmente fala; precisamos ter uma experiência com a palavra
profética.
A fim de que isso aconteça, Deus sempre levantou porta-vozes ou profetas. Não
somente nos dias do Velho Testamento, mas depois da morte e ressurreição de Jesus ( At
1:1,2 ; Ef 4:11 ) Deus ainda está falando desta maneira. Os profetas trazem a palavra e a
direção de Deus para as igrejas, e também estimulam a resposta de cada cristão para ouvir
o que Deus está dizendo atualmente. Provocam um ambiente de fé e escuta que permite
Deus falar individualmente a cada um.
Reduzir as palavras de Deus ao nível do entendimento humano e sempre interpretálas
à luz de uma experiência humana anterior, é na verdade rebaixá-las. Elas encarnam os
pensamentos de Deus e expressam os seus caminhos, não os do homem. São mais
elevadas que as palavras do homem. Devem ser recebidas como realmente são: a criativa
auto-expressão de Deus. Quando os discípulos tropeçaram nas palavras de Jesus sobre o
que comer e o beber dele próprio, Jesus disse que suas palavras eram “espírito e vida” ( Jo
6:63 ). A experiência e a sabedoria natural dos homens não conseguiam compreender como
se poderia comer e beber alguém que estava ali, intacto, diante deles. Mas aquele que
falava viera de cima ( Jo 6:62 ), e suas palavras precisavam ser compreendidas como
palavras que transcendiam a qualquer experiência humana anterior.
As palavras de Jesus foram designadas, não para informar, mas par comunicar.
Transmitiam vida quando recebidas espiritualmente num nível mais alto que o entendimento
mental. Ele se dispunha a explicar suas palavras, mas somente àqueles que já as tinham
recebido pela fé ( Mt 13:16-18 ). Para aqueles que não correspondiam espiritualmente às
suas palavras, ele não dava nenhuma esperança de receberem compreensão ou benefício
delas ( Mt 13:10-15 ).
É a fé ( e não o entendimento ou a sabedoria ) que consegue apreender a palavra de
Deus. A fé é que encarna essa palavra no ouvinte de modo a tornar-se parte dele ( Hb 4:2 ).
E a fé é algo espiritual. Não tem sentido nenhum se não envolve uma resposta pessoal ao
Deus vivo. Tal resposta pessoal permite ao Senhor que fala criativamente criar sua vontade
em nós pela sua palavra. Ele pode continuar falando e dessa forma continuar nos
transformando. Ele não precisa delinear diretrizes eternas para nós, pois estaremos sempre
ouvindo e obedecendo, momento após momento, em cada circunstância da vida. Seremos
dependentes e não independentes.
O pecado do homem é a independência, aquela atitude de saber e avaliar as coisas
por si mesmo ( Gn 2:17 ). A libertação do homem, possível graças ao sacrifício de Jesus,
está em render-se diante de Deus, e obedecê-lo. A fim de obedecer constantemente, ele
precisa ouvir constantemente, ele precisa ouvir constantemente. O papel do profeta é prover
e estimular este constante ouvir de Deus. Ele mesmo depende de Deus e conclama todo o
povo de Deus a semelhante dependência.
A palavra de Deus é criativa. Quando recebida corretamente, produz resultados assim
como ocorreu na criação. O recipiente da palavra de Deus precisa agir em fé, indo além do
clamor: “Como será isto?” ( Lc 1:34 ). Ele precisa reconhecer que a palavra de Deus é em si
mesma o próprio acontecimento do qual fala, “porque para Deus nada será impossível” (Lc
1:37). Como Maria, sua resposta precisa ser: “Cumpra-se em mim segundo a tua palavra”


(Lc 1:38). Essa resposta permitiu que a palavra sobre Jesus se realizasse, e daquele
momento em diante ele começou a crescer no seu ventre.
Quando os pastores ouviram o anúncio do nascimento de Jesus, disseram: “Vamos já
até Belém, e vejamos isso que aconteceu...” ( Lc 2:15 ). A palavra “isso” ou “acontecimento”
nada mais era do que a palavra dita a Maria nove meses antes, e que agora havia
“acontecido”. A palavra de Deus é acontecimento.
Esta identificação de “palavra” e “acontecimento” é evidente através das Escrituras.
Tanto é que “palavra” é usada muitas vezes em referência a um acontecimento ou evento,
como no exemplo acima. Assim em 1 Reis 11:41, os “atos de Salomão” significam
literalmente: “as palavras de Salomão”, onde o contexto se refere claramente a eventos.
“Depois destes acontecimentos” em Gênesis 15:1, que se refere a eventos históricos, no
original é: “depois destas palavras”.
“A palavra que se divulgou” em Atos 10:37 é realmente: “a palavra que aconteceu” e
se refere aos eventos da vida de Jesus. Antes em Atos 5:32, onde Pedro e os outros
apóstolos foram acusados diante do Sinédrio, eles disseram: “Somos testemunhas destes
fatos”. Estavam se referido à morte, ressurreição e exaltação de Jesus. A frase literalmente
é: “Somos testemunhas destas palavras...” Deus se expressara; estes eventos eram sua
palavra.
Neste assunto precisamos transcender o nosso condicionamento cultural do mudo
ocidental. Precisamos reconhecer que quando Deus nos fala, sua palavra é acontecimento.
Como nós a ouvimos, assim ela é. Se a recebermos em fé, teremos o conteúdo da palavra.
Os resultados podem não ser visto por algum tempo (como ocorreu no nascimento de
Jesus), mas temos o que foi dito, pela fé, desde o momento em que o ouvimos.
Assim quando Deus nos fala sobre o amor, não é para tentarmos alcançar algum
parâmetro exterior e impossível. Ao contrário, é para dar-nos seu amor; é para derramar seu
próprio amor nos nossos corações. Na própria palavra de exortação divina ao amor está a
essência espiritual deste amor. Quando a recebemos espiritualmente, pela fé, e não de
modo legalista, experimentamos o amor.
Aqui está a diferença entre o acúmulo de exigências legalistas e pressões religiosas,
e a vida em Deus. Em contraste com os legalistas designados por si mesmos, que sempre
oprimem o povo de Deus com padrões e exigências, o profeta conhece a Deus. Sabe que a
palavra de Deus é vida e acontecimento, e fala de Deus nessa confiança. Ele ouve o que
Deus está falando e o proclama criativamente, em fé, ao povo de Deus. Ele crê que o que
Deus disse há de acontecer.
Ele não se limita a aconselhar e instruir. Onde vê deficiências, ele olha para Deus. À
medida que percebe as ações de Deus e recebe a sua palavra sobre o assunto, ele
comunica vida, cura, ou algum dom espiritual para a situação. Ele literalmente transmite a
palavra de Deus, e conseqüentemente aquilo que Deus é, para os que estão em
necessidade. Transmite a resposta e a provisão de Deus. Transmite cura, liberação, paz,
alegria. Mesmo ao trazer correção e repreensão, ele procura comunicar auxílio específico
onde há correspondência a Deus.
Um povo profético sabe disso e está aberto e essa palavra, sempre na expectativa de
ouvir, obedecer e receber. Eles estão livres da condenação, pois conhecem a aceitação e o
perdão de Deus, e assim podem responder em fé. À medida que Deus lhes fala dia após dia,
recebem atitudes e maneiras de pensar. Abraçam o que Deus fala, liberando o poder da sua

palavra nas suas vidas. À medida que ouvem, sabem que já possuem, e agem
correspondentemente.
Isto não é uma técnica. Não é crença mental. Baseia-se numa certeza espiritual
interior, um senso seguro de realidades recebidas. Tudo isso ocorre no contexto de um
profundo amor por Deus e uma experiência pessoal com ele. Ninguém se esforça por
produzir resultados, nem pratica “exercícios espirituais” para implantar mudanças. Todos
vivem pela fé.
A oração deles é real, brotando de corações cheios de amor e da realidade de Deus.
Sua comunhão em torno da mesa é rica com a presença de Jesus. Seus relacionamentos
são vitais, pois têm tanta coisa para compartilhara uns como os outros. A divisão entre
atividades sagradas e seculares não tem sentido para eles. O prático e o espiritual são uma
só coisa. Servem a Deus na confiança que toda a terra lhe pertence, e toda a sua plenitude.
Assim o profeta e o povo se unem. Juntos tornam-se a encarnação da autoexpressão
de Deus. Porque ouvem sua palavra, são transformados. Porque obedecem e
correspondem, tornam-se semelhantes a ele. Porque recebem o poder inerente na sua
palavra, vencem todo obstáculo ao seu progresso. Tornam-se a forma e a aparência de
Deus na terra. Através deles Deus fala criativamente e libera a criação.
A PALAVRA PROFÉTICA E A LEI
John Maclauchlan
A ”lei” é um dos grandes temas mal compreendidos dos nossos dias. Tanto é verdade
que nossa tese básica neste artigo provavelmente entrará em choque com a maioria das
pessoas, pois afirmamos que a lei e a palavra profética são uma só coisa! A lei, sim, como
Deus a designou, e não como o homem a modificou e desenvolveu.
O fato de a profecia ser diretiva, ou seja, que não se confunde com chavões vagos,
está claro para todo leitor das Escrituras. Ela é contundente, causa impacto, corta e expõe
erros de nossos conceitos e vida. Implanta fibra nos que a recebem, ao determinar o curso
das suas vidas de acordo com a vontade de Deus. A palavra de Deus é a sua ordem, a sua
direção para o homem. Deve ser ouvida e obedecida, não apenas ouvida.
As primeiras ocorrências da palavra torah (lei) no Velho Testamento são muito
esclarecedoras. As instruções de Deus a Abraão, suas palavras de direção a ele, são
denominadas “leis” (Gn 26:5). As direções para sair do Egito são semelhantemente
chamadas “lei” (Ex. 12:49; 13:9). Entre essas primeiras ocorrências, porém, a que mais nos
esclarece esta na passagem que relata a provisão do maná. Ali ( Ex. 16:4-7 ), as direções
para o recolhimento do maná são denominadas a lei de Deus.
Assim, nestas passagens temos o esclarecimento do sentido original da palavra torah.
Ela significa as instruções específicas de Deus numa situação real. É o ensinamento ou
direção de Deus. Na verdade, a palavra em si quer dizer: “instrução, orientação,
ensinamento, direção”.
A DIREÇÃO DE DEUS...
Até mesmo a famosa promulgação da lei no monte Sinai pode ser entendida desta
forma. O povo trouxera do Egito uma bagagem de idolatria, profanações e práticas sociais
erradas. A fim de ser o povo do Deus vivo, para tornar-se uma nação governada por ele,
SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
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teriam de abandonar essas coisas. Deus, portanto, deu-lhes as suas instrução, e ordenoulhes
o que deveriam fazer. Outra vez á a palavra de Deus com uma direção definida para
eles num momento específico da sua história. Deus nunca pretendeu que tais leis fossem
aplicadas literal e externamente como um sistema para todas as épocas, embora os desejos
permanentes de Deus possam ser discernidos e aprendidos nas entrelinhas daquelas
ordens imediatas.
Rotular Êxodo 20 de “Os Dez Mandamentos” não nos ajuda a compreendê-lo. Não é
uma expressão da realidade, assim como, não é verdade que há somente “Nove Dons do
Espírito” ou uma oração do “Pai Nosso”. Mas se pudermos, pelo menos por um pouco,
captar o conceito de um Deus vivo comunicando sua palavra e vontade para o seu povo com
um objetivo definido em vista, a identidade entre a lei e a palavra profética se tornará
clara.Deus falou e deu ordens a fim de formar de um povo díspar e confuso uma nação
unida.
Evidentemente, mais tarde a atitude do homem em relação à lei mudou. Em
consonância com as suas ações em tantas outras áreas, ele usou-a para construir um
sistema para sua própria segurança. Ao invés de receber uma direção viva de Deus, ele
passou a depender da sua observação de todo o conjunto dos mandamentos passados. A
fim de garantir que guardasse todos, ele desenvolveu um sistema complexo de interpretação
e subdivisão. Neste sistema, ele procurou abranger toda possível eventualidade da vida. Os
escribas e fariseus do tempo de Jesus eram os grandes representantes de tal conceito
legalista, e Jesus deixou extremamente clara a sua atitude em relação à perversão deles em
torcer os propósitos de Deus.
... OU SISTEMA DO HOMEM
Assim a lei começou a operar contra o propósito de Deus, ou melhor, os homens a
usaram de maneira errada, produzindo este resultado. A lei se tornou um meio para o
homem tentar alcançar a Deus, e deixou de ser a expressão do próprio Deus e de sua
direção ao homem. Deus é quem toma a iniciativa, falando e agindo para com o seu povo. O
povo de Deus compõe-se daqueles que ouvem e obedecem. Dessa forma, quem depende
de um sistema externo de regras e regulamentos não pode fazer parte do povo de Deus. A
confiança de tais legalistas é depositada em outro lugar fora de Deus: a sua segurança é
fundamentada na sua própria realização, e não na dádiva de Deus.
É a ação de Deus em Cristo que derruba toda esta falsa segurança. Em Jesus, Deus
se chegou ao homem, mostrando que o método oposto (do homem tentar alcançar a Deus)
é fútil. Em Jesus, Deus tomou o homem e o elevou à sua própria esfera, os lugares
celestiais, fazendo dele tudo o que queria que fosse. É a obra e a atividade de Deus que são
válidas. A ação independente do homem é condenável.
Mateus 5 registra a ordenação e o ensinamento específicos de Jesus em relação à
lei. Ordenação, porque subiu numa montanha, uma nova montanha, para uma nova
promulgação, a fim de formar uma nova nação. Formando conscientemente um paralelo
com Moisés no monte Sinai, ele declarou a constituição desta nova nação para aqueles que
escolhera para encabeçá-la. Um novo Israel veio a existir.
OS DESEJOS DE DEUS...
Dentro das instruções que ele deu, enfatizou que a lei de Deus não seria anulada. Isto
é precisamente porque ela encarna os princípios, vontade e desejos de Deus. As pessoas

não devem viver conforme escolhem ou pensam, independentemente de Deus, mas devem
viver de acordo com a sua direção. Tudo que Deus deseja tem de ser realizado. Ele
enfatizou que os homens deviam ouvir os mandamentos que estava dando naquele
momento (“estes mandamentos”, v.19). Prosseguiu depois citando diversos mandamentos
do Antigo Testamento, em cada caso desviando a atenção do exteriorismo literalista. Ao
contrário, salientou aquilo que Deus está procurando. Desta forma, restabeleceu a lei como
expressão da vontade de Deus, como mandamento direto de Deus para o seu povo numa
situação real. Portanto, quem lê um mandamento registrado precisa ver além da forma
imediata de palavras literais, a fim de ouvir o que Deus está dizendo agora.
A justiça dos escribas e fariseus é insuficiente, pois ninguém pode agradar a Deus por
aderir legalisticamente a um sistema exterior de regras. Aqueles que entram no reino dos
céus precisam sobrepujar esta justiça, o que lhes será possível se ouvirem e obedecerem as
ordens que procedem de Deus vivo. Assim podemos perceber que a lei como Deus a
pretende e a profecia diretiva é a mesma coisa, ou seja, a expressão da vontade de Deus
para agora. Não é nenhuma coincidência o fato de Moisés, o legislador, ter sido um profeta!
Isto tudo tem grandes implicações para o profeta de hoje. Ele não pode se esquivar
da sua função diretiva e administrativa. Não pode recuar de receber e expressar as ordens
de Deus para o seu povo, individual e coletivamente. Precisa falar com autoridade, sabendo
que o poder e a presença de Deus dão realidade e capacidade para aqueles que ouvem e
obedecem. Tem de estar saturado dos princípios das Escrituras (não em literalismo),
permitindo que estes condicionem suas atitudes de tal forma que fale da perspectiva de
Deus.
Além do profeta, o povo também deve ser profético. Devem encarnar e expressar a
Deus, pois ouvem e obedecem-no. Tornam-se a manifestação viva da sua vontade, pois
recebem e fazem essa vontade. Longe de viver por um código exterior de conduta, são
inteiramente dependentes da direção atual e viva de Deus para eles. A coerência das suas
vidas se baseia na coerência de Deus, e não numa estrutura exterior e legalista que
funciona como meio de controle.
Deus não pretende que seu povo viva por qualquer sistema de padrões éticos. Tal
sistema é humano e não divino, e sua operação é contrária a Deus, não sue favor. Falar de
uma “Ética Cristã” é usar termos contraditórios, pois a experiência cristã tem como centro
um relacionamento vivo com Cristo, não a observância de um sistema ético. Conhecer a
Deus é que é o importante, não o relacionar-se com ele através de um sistema de “faça” isto
e “não faça” aquilo. Jesus é, ele mesmo, o caminho; e é blasfêmia substituí-lo por um
sistema legalista como sendo o caminho para Deus.
... E A RESOSTA DO HOMEM
Agir, como cristão, é agir por uma ordem de Deus. O filho vê o pai agir e age
semelhantemente. Ele está à disposição de Deus. Ele não vive sua vida longe de Deus,
dentro de uma estrutura designada a mantê-lo sob controle. Ele conhece a Deus, ama-o e
age em correspondência. A idéia errônea (para usar uma palavra caridosa, pois a palavra
“engano” seria provavelmente mais adequada) que o homem se relaciona com Deus através
da obediência a uma ética cristã baseada principalmente no Sermão do Monte, tem
escravizado multidões.
É tão essencial que sejamos livres de todo e qualquer substituto da palavra de Deus
que ainda continuaremos a tratar deste assunto. A expressão bíblica que se usa no lugar de

“ética" é o ”conhecimento do bem e do mal”. Em Gênesis está claro que o homem foi
designado a viver no conhecimento do próprio Deus, e a conhecer outras coisas somente
dentro deste conhecimento. Ao entrar no conhecimento independente do bem e do mal, o
homem ficou preso, fechado dentro das limitações das suas próprias possibilidades,
separado de Deus.
DEUS COMO FONTE...
Deus é tem de ser a origem e a fonte contínua de tudo para o homem.Ma, através da
rebeldia, o homem se tornou sua própria fonte e origem. É precisamente por causa desta
independência, baseada na insistência do homem em manter seu direito de julgar e avaliar o
que é certo e errado, é que o homem foi impedido de viver para sempre. Como resultado da
rebeldia, há um senso de nudez, de autoconsciência e de alienação. O homem está só; só
tem a sim mesmo. Por esta razão a Bíblia enfatiza a necessidade de cobertura, de vestir-se.
As “vestes” finais do homem serão o seu corpo ressurreto.
Nem tampouco é vontade de Deus que o homem viva pela sua consciência. A
consciência envolve um senso negativista, e seu objetivo é capacitar o homem a viver em
paz consigo mesmo. Trata com o que é “proibido” ou, na melhor das hipóteses, como que é
“permitido”. Tem a ver com ações que sejam suficientemente claras e limpas para permitir a
auto-aceitação. Assim ela enfatiza o relacionamento do homem consigo mesmo e não com
Deus.
O fariseu é o grande exemplo bíblico da independência religiosa do homem. Ele é
uma antítese viva do profético. Sua vida era subordinada em tudo ao conhecimento do bem
e do mal. Julgava-se a si mesmo severamente. Agradecia constantemente a Deus pelo
próprio conhecimento independente do bem e do mal, que Deus condena. Cada momento
para ele era um momento de escolha entre o bem e o mal. Conseqüentemente, traçava o
seu percurso usando o sistema legal mais intricado jamais conhecido procurou prever toda
situação possível. E rejeitou o Deus encarnado.
Sempre os fariseus procuravam forçar Jesus a responder dentro da mesma estrutura
de constante conflito ético nba qual eles viviam. Sempre ele se recusava a dar a decisão e
os pareceres que exigiam. Ele não podia ser induzido a entrar neste conflito; rejeitava
conflitos para poder conhecer somente a vontade de Deus. Invariavelmente falava numa
base de unidade total com Deus. Suas palavras fluíam da origem, e estavam completamente
livres da independência humana.
... E A INDEPENDÊNCIA DO HOMEM
Assim Jesus recusou ser árbitro para decidir entre alternativas humanas. Negou a
própria existência de uma pluralidade de possibilidades numa determinada situação, pois
conhecia somente a vontade de Deus. Vivia dela como se fosse seu próprio alimento, o
sustento constante da sua vida. Condenava severamente o julgamento que é fruto do
conhecimento do bem e do mal. Com a mesma totalidade, repudiou a validade de uma ação
independente de Deus. Toda ação independente é um julgamento de outro homem. Julgar é
a característica essencial do homem independente. Ele julga suas próprias ações e as dos
outros, em cada pensamento, palavra e ação.
Que contraste absoluto entre a encarnação viva de Deus e toda essa atividade
independente do homem! Quão vasto é o contraste entre o profético e o religioso! É o
profeta o homem capaz de expor as sutilezas da independência. É o profeta que pode


implantar a realidade do Deus vivo. Ele nos levará para longe da árvore do conhecimento do
bem e do mal e nos fará comer da árvore da vida.
Agora, ele já está concebendo dentro de si um povo que morreu para toda
independência. Um povo que ressuscitou com Cristo para viver na sua ressurreição. Um
povo para quem a voz de Deus é constante e real, e para quem a lei e a profecia se uniram
outra vê como uma só coisa. Ouvem a voz de Deus dia após dia. Conhecem a todo o tempo
o que o Espírito está dizendo às igrejas. Ouvem e obedecem com uma obediência criativa
de fé. Não são introspectivos nem julgadores. Conhecem somente a Deus.
Este livreto foi traduzido de uma série de artigos publicados originalmente nos
números 6 e 4 da revista “Proclaim”.
Os direitos autorais pertencem a:
Andrew McFarlane,
113 Springwood
Llandeyrn, Cardiff CF2 6UE

sábado, 20 de agosto de 2011

• Podemos Esperar o Avivamento?


Os dias da nossa civilização parecem estar contados. As causas que levaram ao declínio e queda do Império Romano foram descritas vividamente pelo historiador Edward Gibbon, como sendo amor excessivo do prazer e do lazer, altas taxas de impostos, grandes forças militares, ruptura da vida no lar, e decadência da religião. Todos estes fatores são visíveis hoje no nosso mundo.

A raça humana já viu nada menos que 20 civilizações aparecer e desaparecer na cena mundial. Nossa atual civilização moribunda não será nenhuma exceção a este ciclo. As civilizações nascem para morrer, e pode ser que a nossa já tenha passado do ponto de retorno.

Nosso Privilégio

Esta situação deveria levar os cristãos ao desespero? Pelo contrário, os cristãos podem muito bem dar graças ao Senhor pelo privilégio de viver nesta era, que pode muito bem ser a mais importante na história do cristianismo.

Somente quando o orgulho humano é humilhado, e a sabedoria humana reconhece sua falência é que os homens no seu desespero ficam prontos para receber Cristo na sua vinda. Enquanto o mundo entra no seu período de grande tribulação, conforme predito pelas Escrituras, os cristãos também serão testados, mas brilharão como nunca antes.

A Igreja do século XX tem vivido num estado de conforto e bem-estar totalmente estranho aos padrões do Novo Testamento, e conseqüentemente tem ficado morna e impotente. Perseguição e sofrimento têm o efeito de purificar a Igreja e de prepará-la para a vinda de Cristo. E quando a Igreja cair de joelhos em quebrantamento e arrependimento, então o fogo cairá!

Sim, estes dias com tantos sinais apontando a iminente volta do Senhor nos oferecem o maior encorajamento de esperar e buscar um avivamento mundial. Por que posso dizer isso?

Nossa Certeza

Tantos cristãos no mundo inteiro estão sentindo a profunda necessidade de um avivamento, e estão orando neste sentido. É o Espírito Santo quem coloca esta carga no nosso coração, e Deus sempre responde a oração que ele mesmo inspira, quando cumprimos as condições (Romanos 8.26,27).

Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua Igreja para destruí-la (Mateus 16.18). Os ataques satânicos contra a Igreja se multiplicam em todos os lugares, e sem um avivamento para fortalecer os cristãos nas perseguições vindouras, Satanás venceria. E sabemos que isto nunca poderá acontecer.

Esta ainda é a dispensação do Espírito Santo, e podemos esperar derramamentos do Espírito até os últimos dias antes da volta de Jesus. As profecias falam de avivamentos nos últimos dias. Atos 2.16 diz: "Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: Nos últimos dias, diz Deus, do meu Espírito derramarei sobre toda a carne..." Isto foi parcialmente cumprido no dia de Pentecoste, mas seu cumprimento total virá em breve. A Igreja começou com avivamento e terminará da mesma maneira! Temos a promessa tanto da chuva temporã como da serôdia antes da volta do Senhor (Joel 2.23).

O avivamento é necessário para preparar uma Igreja mundana e apóstata para a volta do Senhor. Daniel 12.10 diz que nos últimos dias muitos serão purificados, isto é, feitos santos. Quão poucos hoje são puros e santos! Se muitos serão purificados, então teremos de ter um avivamento. O avivamento certamente virá! A pergunta é: Como?

Adiando o Juízo

Quando o avivamento vier, não salvará a civilização, que já está corrupta e endurecida demais. Mas salvará muitas almas! Paulo, como prisioneiro a caminho de Roma, não tentou salvar o navio, pois sabia que estava condenado. Mas Deus lhe prometeu que as pessoas que estavam nele seriam salvas (Atos 27. 22,24).

O navio da civilização está caminhando para as rochas do naufrágio. Não devemos perder tempo tentando salvá-lo, mas antes devemos buscar a salvação de almas! Os avivamentos realmente afetam apenas uma minoria. A maioria os rejeita e endurece o coração. Jesus não tentou salvar a civilização do seu tempo, e nem os apóstolos. Sua única paixão era ver a salvação das almas. E esta deve ser a nossa também.

Embora o avivamento vindouro não salvará a civilização corrupta, poderá adiar sua destruição inevitável, a fim de que milhões de pessoas no mundo inteiro possam ser salvas antes do Senhor vir em juízo.

O avivamento no dia de Pentecoste, no ano 29, não impediu a destruição de Jerusalém e da nação dos judeus no ano 70. Mas pode ser que a tenha adiado. Se o derramamento de Pentecoste não tivesse ocorrido, a destruição de Jerusalém poderia ter vindo vinte ou trinta anos antes. Aquela poderosa visitação do Espírito amarrou as forças do mal, e deu um espaço para que milhares pudessem ser salvos.

A Igreja estava tão firmemente estabelecida que o fim da nação dos judeus não resultou no fim da Igreja, assim como o fim do Império Romano também não acabou com o cristianismo. Sabemos, também, que o fim da nossa civilização atual, agora tão iminente, não será a morte da Igreja, mas o seu dia de coroação!

Os avivamentos do rei Ezequias em 678 a.C., e do rei Josias em 624 a.C., também não salvaram Judá do cativeiro, mas deram um intervalo de 150 anos durante os quais o profeta Isaías e outros receberam as gloriosas profecias que fortaleceram os judeus no cativeiro e ainda nos inspiram hoje. É possível que o avivamento final tenha o mesmo efeito.

Sinais do Avivamento

Ficamos desanimados ao ver que os verdadeiros cristãos são uma minoria tão pequena. Mas não deveríamos ficar. Pois é através desta minoria que Deus certamente operará!

Com a maldade crescendo cada vez mais entre a maioria, há uma fome cada vez maior por um avivamento entre a minoria. Este crescimento em paralelo de maldade e santidade foi predito pelo profeta Daniel que declarou: "Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados, mas os ímpios procederão impiamente".

Claramente, o ritmo mais acelerado e a pressão da maldade estão empurrando a minoria de cristãos consagrados em todas as denominações para mais perto de Deus, e para mais perto uns dos outros. O Espírito de Deus está agindo em resposta ao clamor dos corações dos crentes preocupados!

Quando a perseguição ou tribulação começar a afetar a Igreja, esta pressão poderá ser a faísca do avivamento mundial, assim como a compressão crescente no motor a diesel fornece o calor necessário para liberar a poderosa explosão que movimenta o trem irresistivelmente para frente.

Evidências do avivamento vindouro incluem os diversos movimentos para distribuição das Escrituras, que está agora em dimensões sem precedentes. O Evangelho está chegando ao mundo inteiro através de estações de rádio de grande potência. Tem havido um grande crescimento no número de livros cristãos, de filmes e gravações.

Reuniões de oração estão sendo realizadas pelo mundo inteiro, em números sem precedentes. Os leigos estão participando cada vez mais da liderança. Estão levando o desafio do cristianismo a cada vocação na vida, e estão alcançando pessoas que não freqüentam igrejas. Os jovens também estão exercendo um papel mais importante neste surto recente da fé. Estas e muitas outras manifestações do Espírito de Deus surgiram nas últimas décadas, de forma que há muito mais atividade evangélica e missionária hoje do que sessenta anos atrás.

A Responsabilidade de Deus

Deus nunca permitirá que sua Igreja expire. Vez após vez, a Igreja esteve no leito da morte, e os críticos estavam dispostos a enterrá-la. Mas a Igreja tem ressurgido, levantando-se do seu leito para enterrar seus críticos. Quanto mais ímpia uma geração se tornar, mais seguros podemos estar de que o avivamento está a caminho!

Não devemos cometer o erro de pensar que o próximo avivamento será como o último, ou como qualquer outro avivamento passado. O mundo mudou, as condições mudaram, o avivamento que virá será apropriado para resolver as novas condições.

Por todos os lados, vemos a angústia e perplexidade das nações, como previsto pelo nosso Senhor (Lucas 21.25). A soberania de Deus não pode ser negada. Seus propósitos não podem ser derrotados. Tomemos coragem, e acreditemos que as gotas de misericórdia que já estão caindo possam se transformar em chuvas de bênção e até na inundação do maior despertamento espiritual do mundo!

Nossa Responsabilidade

Qual é então a nossa responsabilidade como cristãos?

Primeiro, garantir que estamos em prontidão espiritual para a volta do Senhor. Isto significa abrir-nos completamente para a habitação do Espírito Santo e para seu poder.

Segundo, orar para o avivamento, até que o Espírito seja derramado em tal medida que o primeiro Pentecoste pareça muito pequeno em comparação.

Certamente, não devemos ficar perturbados. As dores terminais da nossa civilização serão as dores de parto do Reino que virá, aquele Reino cuja vinda deve fazer parte da nossa oração diária. Que glorioso seria se pudéssemos estar vivos para ver tudo isto acontecer!

Este artigo foi publicado numa edição antiga do ARAUTO DA SUA VINDA, em inglês. O Major Allister Smith, já falecido, era do Exército de Salvação.

por Major Allister Smith