sábado, 30 de julho de 2011

HARALD WALKER-O Grande Dilema – Confio ou não Confio?


A fonte de todas as desgraças do homem começou com desconfiança. O tentador desenvolveu sua obra sinistra lançando dúvidas sobre a confiabilidade de Deus na mente da mulher. Começou com uma pergunta aparentemente inofensiva: “É assim que Deus disse?” Depois da resposta de Eva, ele atacou diretamente, dizendo que Deus havia mentido a eles porque tinha motivações escusas – não queria concorrentes. A partir do momento que o primeiro casal acreditou nisso, a tragédia infindável da humanidade não cessou de desenrolar por todos os séculos até hoje.
Hoje o homem procura por meio de suas muitas religiões e filosofias achar o segredo da felicidade e descobrir como apaziguar a ira dos deuses. Se dermos ouvidos às múltiplas teorias a esse respeito, certamente chegaremos à conclusão de que Deus tem gostos muito estranhos! As divagações humanas cobrem um amplo espectro de possibilidades, desde um deus complacente e distante que se contenta com o cumprimento de alguns rituais simples até uma divindade iracunda e malvada que gosta de acabar com qualquer atividade que proporcione algum prazer ao ser humano.
A Bíblia, porém, é muito clara a esse respeito, apesar da maioria das vertentes do Cristianismo não o perceberem – Deus só quer que voltemos a confiar nele de todo o coração, sem qualquer restrição. Ele não quer sacrifício, nem oferta, só a nossa entrega total a ele com todo nosso amor, fé e admiração. (Dt 6.5; 10.12,20; Sl 91.2,9,10,14-16).
É por esse motivo que na “bolsa de mercadorias” de Deus, a fé é a mercadoria (commodity) mais valiosa. Israel pecou de muitas maneiras contra Deus no deserto (murmuração, idolatria, imoralidade, rebeldia), mas o pecado que o impediu de entrar na terra prometida foi o pecado da incredulidade (Hb 3.19). Atribuíram a Deus motivações escusas como Satanás lhe atribuíra no Jardim: “…e murmurastes nas vossas tendas, e dissestes: Porquanto o Senhor nos odeia, tirou-nos da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus, a fim de nos destruir…” (Dt 1.27).
Ora, Deus não é o único que dá tanto valor à confiança ou à confiabilidade.  Os homens também só valorizam as coisas na exata proporção em que podem confiar nelas. As ações das empresas ou os papeis de dívida dos governos têm valor econômico de acordo com a sua confiabilidade. Quanto mais o governo é confiável, menos juros ele precisa pagar para tomar dinheiro emprestado. Quanto mais uma empresa tem história de honrar seus compromissos e atingir suas metas, mais caras são as suas ações.
Por nós mesmos, porém, nunca conseguiríamos voltar a confiar em Deus como Adão e Eva antes da abordagem do tentador. Graças a Deus pelo Homem que venceu esta barreira intransponível para nós. Entre as suas virtudes inumeráveis, existe uma que sobressai a todas as demais. Era tão destacado em sua vida que foi a que o levou à morte e o fez motivo do escárnio da humanidade corrompida que o observava nessa hora.
Quando gritou na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” com certeza ele estava pensando em todas as outras palavras do Salmo 22 que descrevem em detalhes minuciosos a sua morte na cruz tantos anos antes de acontecer. Vejamos algumas dessas palavras: “Por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido? Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite, mas não acho sossego. Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel. Em ti confiaram nossos pais, confiaram, e tu os livraste.  A ti clamaram, e foram salvos; em ti confiaram, e não foram confundidos. Mas eu sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo. Todos os que me veem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo: Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer (Sl 22.1-8). De acordo com o relato de Mateus, foi exatamente isso que aconteceu: “De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele; confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem…” (Mt 27.41-43).
E o auge da confiança foi demonstrado por Jesus pouco depois quando ele se entregou em total confiança Àquele que não compareceu ou o socorreu quando gritou por ele. “Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.”(Lc 23.46).
É por isso que sua ressurreição encheu os primeiros discípulos de grande coragem e alegria e constituiu o assunto principal de todas as suas proclamações do evangelho. Aquele que fora desprezado pelos homens, aparentemente abandonado pelo Pai em quem tanto confiou, rompeu os grilhões da morte e está assentado agora muito acima de todo nome que se pode nomear neste século e também no vindouro!
Durante toda a história, homens e mulheres têm vencido obstáculos impossíveis por meio dessa certeza gloriosa. Desde Estêvão até os dias de hoje, incontáveis mártires têm confiado em Deus até a morte (At 7.59). Paulo, em sua última epístola, faz a seguinte afirmação: “Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (2 Tm 1.12).

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Harold Walker-Povo de Deus, ACORDE!


Povo de Deus, ACORDE!

Por Harold Walker
“E isso fazei, conhecendo o tempo, que já é hora de despertardes do sono…” (Rm 13.11)
“Tocai a trombeta em Sião, e dai o alarme no meu santo monte. Tremam todos os moradores da terra, porque vem vindo o dia do Senhor; já está perto…” (Jl 2.1)
Certas experiências que os pais contam repetidas vezes aos filhos ficam marcadas em sua memória. Meu pai, John Walker, sempre falava de como se arrependia de ter estado tão desligado e insensível aos horrores que aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto – apesar de ter tido acesso às notícias por ser estudante universitário naquele período.
Poucas semanas atrás, ao assistir a dois documentários sobre os acontecimentos atuais no Oriente Médio, senti o perigo de me encontrar na mesma situação. Ao ouvir os depoimentos de especialistas, jornalistas, membros do Congresso americano, ex-embaixadores de Israel e dos EUA, oficiais do exército americano e outros sobre os bastidores das notícias naquela região conturbada, fiquei literalmente assustado!
Já vimos este filme antes!
As cenas que mais me impressionaram foram as que retratavam centenas de milhares de pessoas em praças públicas ouvindo discursos inflamados de radicais muçulmanos clamando pela aniquilação total de Israel e a destruição dos EUA, de acordo com eles, o pequeno e o grande Satã respectivamente. Uma cena foi no Egito, logo após a saída de Mubarak, onde 2 milhões de pessoas levantaram as mãos, jurando que estavam dispostas a ir para Jerusalém e ser martirizadas pela causa do Islã. Em outra, quando Ahmadinejad, o presidente do Irã, discursava abertamente sobre seu ódio a Israel e invocava a vinda do Mahdi (o Messias muçulmano), senti calafrios.
Muitas vezes, as pessoas se sentem confusas diante de tantas vozes divergentes. Umas, otimistas, dizem que as coisas vão se encaixar em seus devidos lugares, e que haverá acordos de paz. Outras profetizam catástrofes. Mas, de acordo com Brigitte Gabriel, jornalista especializada em terrorismo no Oriente Médio, quando alguém lhe diz que pretende matá-lo, geralmente é bom acreditar! Ela compara as repetidas e bem documentadas ameaças de Ahmadinejad às bravatas de Hitler contra os judeus; assim como Hitler não escondeu sua intenção e cumpriu exatamente o que prometeu, devemos acreditar que o mesmo pode suceder com o Irã. Hitler até escreveu um livro detalhando suas intenções, e ninguém deu crédito! Parece que a mesma anestesia que amorteceu os sentidos dos estadistas da Europa e dos EUA naquele tempo está agindo nos estadistas de hoje. Naquela época, diziam: “Ele é louco. Nem preste atenção no que está dizendo! Ninguém seria capaz de realmente fazer essas coisas!”
Hoje, à medida que o Islamismo radical assume gradativamente o poder em diversos países, o pessoal do Departamento de Estado dos EUA compara a iminente convivência com um Irã nuclear à época da Guerra Fria, pensando que novamente conseguirão evitar o conflito. O que não entendem é que o governo do Irã não é constituído por comunistas ateus e, sim, por pessoas que acreditam piamente que sua missão na Terra é provocar um desastre cataclísmico que apressará a vinda do seu Messias. Assim como Hitler levava as massas ao delírio com seus discursos cheios de ódio, a ponto de cometerem atrocidades sem dor de consciência, hoje os fanáticos muçulmanos estão preparando populações inteiras para dar a vida em favor de Alá. Um governo teocrático é muito diferente de um governo ateu. Energizadas por promessas divinas, multidões de pessoas não se importam em morrer, e – pode ter certeza – seus governos se importam menos ainda. A lógica da conversa racional, dos argumentos de troca de vantagens, da diplomacia inteligente, nada vale nesse território minado.
A atitude de um governo para com seus próprios súditos revela muito sobre sua disposição de cometer barbaridades com outros povos. De acordo com Reza Kahlili, autor do livro A Time to Betray (Um Tempo para Trair), ex-integrante da Guarda Revolucionária Iraniana e agente da CIA, o governo do Irã considera que uma perda de 20 milhões de iranianos inocentes numa eventual retaliação de Israel não seria um preço exorbitante a pagar se for possível aniquilar o Estado de Israel com um ataque nuclear surpresa. Em seis minutos, conseguiriam fazer o que Hitler levou seis anos para fazer: matar 6 milhões de judeus!
Se você tem dúvidas sobre a atitude do governo do Irã para com seu próprio povo, veja o que fizeram com os jovens que ficaram revoltados com as trapaças cometidas nas últimas eleições (junho, 2009) – muitos foram torturados e perderam a vida. O triste foi que os EUA ficaram totalmente calados na ocasião e não deram um sinal sequer de apoio. Já agora, diante da situação no Egito, Obama elogiou os revoltosos, dando apoio moral à sua causa. O paradoxo nessa situação é que o governo iraniano acusou os jovens manifestantes de serem marionetes dos EUA! Você já pensou se os manifestantes iranianos tivessem recebido apoio do Ocidente e derrubado seu governo como fizeram no Egito?
Diante dessas cenas e fatos (e de muitos outros que não há espaço para mencionar aqui), senti o Espírito Santo abrindo-me os olhos e me alertando do torpor espiritual que afeta grande parte dos cristãos hoje. Senti que o mesmo espírito diabólico que inspirava Hitler em suas terríveis maquinações contra Deus e seu povo, os judeus, está atuando novamente numa escala muito maior e muito mais ameaçadora. Ouvi o Sheik Yusuf al-Qaradawi (o que discursou para os 2 milhões de pessoas na Praça Tahrir no Egito) dizendo, com todas as letras, que o Holocausto foi uma ótima coisa, um juízo de Deus sobre os judeus, e que, agora, vai acontecer novamente mas de forma melhor porque será pelas mãos dos fiéis.
Satanás sabe que Jesus vai voltar para Jerusalém, e que Deus jurou que abençoaria Abraão e sua descendência e faria deles uma bênção para todas as famílias da terra. Ele odeia Deus e os seus propósitos na Terra. Por isso, levantou Hitler no século passado e está avivando o Islamismo radical hoje. Testemunhas oculares têm dito que os ajuntamentos dos muçulmanos radicais parecem reuniões de avivamento das igrejas cristãs. As pessoas choram copiosamente e se envolvem emocionalmente de forma muito profunda com as mensagens proferidas. Só que Alá não é outro nome para Jeová. Ele tem uma natureza totalmente diferente. É um ser vingativo, sanguinário, cruel, sem amor ou misericórdia. De acordo com ele, todos os infiéis devem converter-se ou ser mortos.
A escatologia das três grandes religiões monoteístas
É impressionante notar que as três grandes religiões monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) têm muitas semelhanças entre si. Todas traçam sua origem a Abraão. Todas consideram Jerusalém uma cidade santa. Todas esperam para breve a vinda de um Messias. Os judeus esperam a primeira vinda do Messias, que será humano e trará um governo de paz e prosperidade sobre toda a Terra. Já a visão escatológica do Islamismo constitui o exato oposto da visão cristã, como se fosse o negativo de um filme fotográfico. Tudo o que os cristãos afirmam que será do bem nos últimos dias, os muçulmanos afirmam que é do mal e vice-versa.
Por exemplo, os muçulmanos esperam o surgimento de uma besta nos últimos dias (isso mesmo, com esse nome, besta – está no Alcorão), exatamente como predito em Apocalipse 13.11. A única diferença é que, para eles, a besta é do bem, é algo bom! Tanto é verdade, que estão ansiosos para receber a marca dessa besta! Creem que o Mahdi, seu Messias, o 12º Imam, quase uma reencarnação de Maomé, vai surgir nos últimos dias, reinar por sete anos e trazer paz e um governo mundial do Islã. Creem que Jesus também virá como profeta que ajudará esse Mahdi (ocupando o papel do falso profeta mencionado em Apocalipse 19.20, que reforça a autoridade da besta). De acordo com eles, nessa segunda vinda, Jesus vai dizer que o Novo Testamento é falso, e que ele não é Filho de Deus nem morreu pelos pecados da humanidade. Ele confirmará o poder do verdadeiro Messias, o Mahdi, e encorajará a matança de todo cristão e judeu que não aceitar o Islamismo.
É claro que existem muitas correntes diversas dentro do Islamismo, assim como há no Judaísmo e no Cristianismo. Nem todos os muçulmanos acreditam nessa versão escatológica. Mas o que preocupa e chama a atenção é que muitos governos no Oriente Médio estão prestes a cair nas mãos de muçulmanos radicais, enquanto o governo do Irã já é dominado por pessoas que acreditam nisso de todo o coração. Além disso, o Irã está muito perto de conseguir a bomba atômica e os mísseis necessários para atingir alvos internacionais. A Coreia do Norte está ativamente ajudando nisso com toda a tecnologia necessária. Enquanto se arrastam as negociações com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), eles continuam desenvolvendo seu programa de enriquecimento de urânio a todo vapor.
Dois mistérios na história da humanidade
A Palavra de Deus é muito clara ao afirmar que os dois mistérios em operação durante toda a História chegarão a um conflito final nos últimos dias: o mistério da iniquidade (2 Ts 2.7) e o mistério da piedade (1 Tm 3.16). Não é a primeira vez que o diabo trama destruir o plano de Deus na Terra. Faraó queria acabar com a semente santa, destruindo todos os filhos israelitas do sexo masculino ao nascerem. Hamã, justamente na Pérsia (atual Irã), planejou destruir todo o Israel conforme relatado no livro de Ester. Hitler, também, tinha o mesmo propósito maligno.
Se você observar um mapa atual e marcar todos os países em que há ameaça de o Islamismo radical se apossar dos governos, verá que existe uma estratégia espiritual coerente para cercar Israel de inimigos. O que tem blindado o Estado de Israel até hoje é o apoio quase incondicional dos EUA; isso, porém, está se enfraquecendo a cada dia. Nunca, em seus 63 anos de história, o relacionamento de Israel com os EUA esteve tão precário.
Para quem conhece a Palavra de Deus, nada disso deve surpreender. Tudo já foi predito. “Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque os tenho remido… Ainda que os espalhei entre os povos, eles se lembrarão de mim em terras remotas; e, com seus filhos, viverão e voltarão” (Zc 10.8,9). Isso tem acontecido há 63 anos agora, como um dos maiores sinais de que o fim se aproxima. O povo de Israel tem retornado para sua terra, partindo de terras distantes, e sua nação e língua ressuscitaram depois de ficarem extintas por séculos.
Sobre o conflito final, envolvendo a Rússia (Gogue e Magogue), o Irã (Pérsia) e outros países que hoje estão se aliançando, Ezequiel profetizou o seguinte: “Nos últimos anos virás à terra que é restaurada da guerra, e onde foi o povo congregado dentre muitos povos aos montes de Israel, que haviam estado desertos por longo tempo…” (Ez 38.8).
Mas as profecias continuam: “Eis que farei de Jerusalém um copo de atordoamento para todos os povos em redor… E ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra” (Zc 12.2,3). “Pois eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém…” (Zc 14.2). Estamos vivendo agora nos dias em que esse cenário, antes tão improvável, está rapidamente se tornando realidade! Primeiro, o povo de Deus voltou para sua terra, e a nação de Israel passou a existir novamente. Agora, todas as nações ao seu redor estão se unindo numa aliança anti-Deus para ir contra ela.
O que virá a seguir? “Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações..”(Zc 14.3). “Assim diz o Senhor Deus: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio de meus servos, os profetas de Israel, os quais naqueles dias profetizaram largos anos, que te traria contra eles? Naquele dia, porém, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação subirá às minhas narinas. Pois no meu zelo, no ardor da minha ira falei: Certamente naquele dia haverá um grande tremor na terra de Israel…” (Ez 38.17-19). “Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo… Sobre a face do campo cairás; porque eu falei, diz o Senhor Deus. E enviarei um fogo sobre Magogue, e entre os que habitam seguros nas ilhas [nós, das Américas e do resto do mundo]; e saberão que eu sou o Senhor. E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel” (Ez 39.4-7).
Conclusão
“Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar” (Gn 12.3). Não podemos nos calar diante da situação atual sob o risco de ficarmos debaixo da maldição e da ira de Deus. “Por amor de Siaõ não me calarei, e por amor a Jerusalém não descansarei…” (Is 62.1). “Ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Is 62.6,7). Precisamos bombardear os céus a favor de Israel, abrir a boca e não nos calar diante de Deus ou dos homens.
Dietrich Bonhoeffer foi um ministro luterano na Alemanha que se pronunciou contra Hitler no primeiro dia após sua eleição. Ele disse: “Calar-se diante do mal já é em si mesmo mal. Não falar é falar. Não tomar posição é tomar posição”. Em 1933, quase ninguém o apoiou, apenas umas seis pessoas. Ele foi morto por Hitler por causa de sua posição corajosa contra o mal. Qual será a nossa posição hoje? Vamos nos calar e fazer de conta que nada temos a ver com o assunto, como a maioria dos cristãos alemães fez naquela época, ou seremos como Bonhoeffer?
Fontes de pesquisa:
Rumors of War 1 e 2 (Documentários produzidos por Glenn Beck, apresentador de TV e radialista americano)
Algumas das personalidades entrevistadas nesses documentários:
Joel Rosenberg – Autor de uma série de ficção best-seller do New York Times e outros livros de não ficção, com mais de 2 milhões de exemplares publicados ao todo. Seu primeiro livro de ficção, The Last Jihad, conta a queda das torres do World Trade Center em Nova York, antes de acontecer. Como assessor de comunicação, já trabalhou com várias autoridades dos EUA e de Israel, como Steve Forbes, Rush Limbaugh, Natan Sharansky e Benjamin Netanyahu. É judeu messiânico.
Dr. Zuhdi Jasser – Comentarista sobre a fé Islâmica nos EUA e presidente do American Islamic Forum for Democracy, sediado em Phoenix, Arizona. Como médico, já foi tenente na Marinha Norte-Americana e serviu no Congresso dos EUA.
Reza Kahlili – Pseudônimo do autor do livro A Time to Betray (Um Tempo para Trair), ex-integrante da Guarda Revolucionária Iraniana e ex-agente da CIA.
Dore Gold – Foi o 11º embaixador de Israel para a ONU. Serviu nessa função de 1997 a 1999. Foi consultor do ex-primeiro ministro Ariel Sharon e do primeiro ministro Benjamin Netanyahu durante seu primeiro mandato. Atualmente, é presidente do Jerusalem Center for Public Affairs.
Rabbi Joseph Patasnik – Rabino que é vice-presidente executivo do New York Board of Rabbis, uma organização que representa rabinos ortodoxos, conservadores e outros.
Mark Wallace – Ex-embaixador dos EUA para a ONU e presidente de United Against Nuclear Iran (UANI).
Brigitte Gabriel – Pseudônimo de Nour Saman, uma jornalista, autora e ativista americana libanesa. Fundou a American Congress for Truth (ACT) para que cidadãos pudessem “falar sem temor em defesa da América, de Israel e da civilização ocidental”. Especialista internacional em terrorismo, tem dado palestras para o Congresso norte-americano, o FBI, membros do Parlamento britânico e outras repartições públicas.
David Joel Horowitz – Escritor e ativista conservador americano. Tem muitos livros e artigos publicados. Participa ocasionalmente do Fox News Channel como analista. É co-fundador do blog Jihad Watch que expõe ao público o papel da teologia jihad nos conflitos atuais.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

David Wilkerson-Última Palavra-Um Chamado Para a Angústia


Por: David Wilkerson
Quando olho para o cenário religioso de hoje, tudo o que vejo são invenções e ministérios do homem, da carne. De modo geral, não há poder, não há impacto sobre o mundo.
Vejo o mundo entrando cada vez mais na Igreja, impactando a Igreja ao invés de ser impactado por ela. Vejo a música tomando conta da casa de Deus, o entretenimento tomando conta da casa de Deus, uma verdadeira obsessão com apresentações e entretenimento. Há aversão à repreensão, à disciplina; ninguém quer ouvir nada negativo.
O que aconteceu com a angústia na casa de Deus? O que aconteceu com a angústia no ministério? Nem sequer se pronuncia tal palavra nessa era de facilidades e conforto. Angústia significa extrema dor e aflição, as emoções aguçadas em virtude das condições próprias ou daquelas à sua volta a ponto de tornar o sofrimento profundo, agudo, intenso.
Toda verdadeira paixão é gerada por angústia. Toda verdadeira paixão por Jesus nasce de um batismo de angústia. Examine as Escrituras e verá que, quando Deus queria restaurar uma situação arruinada, ele procurava um homem que orava a fim de dividir com ele sua angústia sobre o que estava acontecendo com seu povo.
Foi o que aconteceu no livro de Neemias. Jerusalém estava em ruínas. O que Deus faria com essa situação? Como restauraria as ruínas?
Neemias não era um pregador, era um homem de carreira secular. Mas era um homem de oração. Deus encontrou nele um homem que não teria um mero súbito de emoção, uma grande explosão de preocupação que logo se dissiparia. “Assentei-me e chorei”, ele disse, “e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando…” (Ne 1.4)
E você? Você tem se importado com a situação? Tem alguma importância para você o fato de que a atual Jerusalém espiritual, a Igreja, está casada com o mundo? Que há tamanha frieza varrendo a Terra? A ruína em que estamos – isso lhe importa?
Ou, chegando mais perto de sua vida pessoal, você se importa com a condição da Jerusalém de dentro, do coração? Tem notado os sinais de ruínas que estão lentamente drenando sua paixão e poder espiritual? Está cego à mornidão, à mistura que vai se infiltrando imperceptivelmente?
É exatamente isso que o inimigo quer – tirar sua garra interior, matá-la pouco a pouco. Assim, você não batalhará mais em oração, não chorará diante de Deus. Ficará acomodado, assistindo à televisão, enquanto sua família caminha para o inferno!
Quero lhe dizer uma coisa que aprendi nos meus 50 anos de ministério: se algo não for gerado na angústia, se não nascer do Espírito Santo, se você não ouvir falar das ruínas da cidade santa de forma a colocá-lo de joelhos, se não passar por um batismo de angústia que o leva a orar e a buscar a Deus, tudo o que fizer será sem valor aos olhos do Senhor.
O que estamos realizando com todos os projetos, ministérios e programas hoje? Onde estão os professores de crianças e líderes de adolescentes que choram por aqueles que não estão ouvindo, que não foram tocados por Deus, que estão caindo no abismo?
Ouça bem: a verdadeira vida de oração nasce no lugar de angústia. Se você se dispuser a orar, Deus virá e dividirá seu coração com você. E posso lhe dizer: há muita dor no coração de Deus.
Então, seu coração começará a clamar: “Oh Deus, teu nome está sendo blasfemado, estão zombando do Espírito Santo. O inimigo está tentando destruir o testemunho de fidelidade do Senhor. Não pode ficar assim, temos de confrontá-lo!”
Não haverá renovo, avivamento, despertamento até que permitamos que ele nos quebrante outra vez. Amigos, a hora está avançada, a situação está ficando muito séria. Por favor, não me diga que está preocupado, que seu coração está sentindo o encargo de Deus se você estiver passando horas diante da televisão ou da Internet.
A verdadeira alegria vem por meio da angústia. Não há nada na carne que possa dar alegria. Não importa a quantidade de dinheiro, o tipo de casa nova – não há nada, absolutamente nada no mundo material que possa lhe dar alegria. É somente o que é realizado pelo Espírito Santo, quando você lhe obedece e conhece o coração dele. Você começa a edificar muros ao redor de sua família, ao redor do próprio coração, tornando-os fortes e inacessíveis ao inimigo.
Oh Deus, é isso o que realmente desejamos!
Extraído de uma mensagem dada por David Wilkerson em 2002. É uma das mensagens mais facilmente encontradas no YouTube ou em outras fontes na Internet. Foi transcrita por completo e publicada no jornal O Arauto da Sua Vinda, na edição de março/abril de 2008. Expressa poderosamente o encargo profético de David Wilkerson, chamando a Igreja de volta à sua verdadeira vocação e paixão por Jesus.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Divórcio: Sobrevivendo entre o Legalismo e a Libertinagem


Por: Gerson Lima
No final dos anos 80, Deus usou os ventos das circunstâncias para me levar a navegar no amplo mar de conflitos quanto ao polêmico assunto “divórcio e novo casamento”. Enquanto deveria andar sobre as águas das dificuldades, olhando para o Mestre, eu comecei a afundar, como Pedro, ao olhar para as densas e escuras ondas geradas pelas controvertidas interpretações meramente teológicas. Passados cerca de 20 anos, estou estupefato por constatar o alarmante crescimento de cristãos simples e pastores leigos dilacerados em suas consciências por terem sido feridos no campo de batalha entre os legalistas e os liberais. Depois de reler livros antigos e os recém-publicados e numerosos artigos na internet, fui surpreendido por uma sensação mista, entre tristeza e indignação, por termos nos afastado tanto do espírito de Cristo e da compaixão pelos que estão sobrecarregados por pautarem suas vidas por “manuais de regras de conduta cristã” e não pelo relacionamento com o Cristo vivo e com sua Palavra.
Também me dei conta de que boa parte dos cristãos firma-se em conceitos preconcebidos por outros e, embora concordem que seja claro o que Jesus falou sobre divórcio, são inseguros em acreditar que ele quis dizer exatamente o que disse ou em seguir exatamente o que ele disse.
Cada vez mais fica evidente que os estilos de liderança predominantes hoje têm condicionado o povo de Deus a não ler a Bíblia tal como ela é – a Palavra infalível de Deus –, mas como ferramenta de consulta de apoio aos ensinamentos dos líderes, que, conscientes ou não, têm ostentado ser os oráculos divinos. Ora, se os métodos didáticos têm produzido cristãos autômatos, mutilados da faculdade de pensar, de refletir, de questionar, em busca da verdade, então necessitamos urgentemente de nova onda de reforma dos fundamentos da Nova Aliança.
As Escrituras não são labirintos escuros onde nos perdemos em perguntas sem respostas. O Criador do Universo é o nosso Pai de amor, e a Bíblia é sua Palavra, através da qual podemos conhecer seus pensamentos e, através deles, sua Pessoa. No entanto, assim como os cientistas perdem Deus ao estudar a criação sem reconhecer a existência de um criador, deixamos de encontrar Deus na Bíblia ao estudá-la com motivação errada. Para entender os fundamentos do universo, é preciso entender as leis que os regem, o que é muito difícil quando se ignora quem as formulou e seu propósito em estabelecê-las. De forma semelhante, quem tenta entender a Bíblia usando subterfúgios humanos sem as chaves do relacionamento com o Anfitrião está fadado ao fracasso.
A Bíblia escandaliza a lógica porque não é um livro de doutrinas ordenado mecanicamente, mas a história do Deus apaixonado que se ocupa mais em relacionar-se com o homem do que em fornecer segredos de como viver por si só moralmente correto. A mensagem central da Bíblia é vida com Deus pela revelação de seu Filho. Sem se achegar a Jesus pela Bíblia, ela se torna um universo em caos.
O Paradoxo dos Quatro Evangelhos
Você já parou para refletir por que Deus permite transtornos de interpretações de suas palavras entre seu povo? É fundamental entendermos o que ele quer ensinar com sua abstinência de detalhes em assuntos nos quais os exigimos. Creio que ele quer nos ensinar que o segredo é conhecê-lo através do aparentemente irracional, e não como manipular os textos para torná-los lógicos. Enquanto há centenas de livros tentando explicar o que Jesus possivelmente quis dizer sobre o divórcio, ou deveria ter falado, Jesus simplesmente foi curto, objetivo, sem entrar em detalhes. É um escândalo à mente carnal Jesus resumir em pouquíssimas palavras o que os mestres da lei discutiam havia séculos!
Para piorar mais um pouco, temos quatro evangelhos com registros totalmente diferentes sobre o que Jesus falou sobre o assunto. Mateus registra (cap. 19) que Jesus estabeleceu uma exceção, concordando com a linha rabínica de Shamai, que aceitava divórcio e novo casamento sob condições muito restritas, enquanto Marcos não menciona nada disso (cap. 10). Mateus demonstra que todo o debate foi público, mas Marcos diz que, à parte com seus discípulos, Jesus elucida seu veredicto. Enquanto Mateus e Marcos contam a história em cerca de 10 versículos, Lucas – que disse que faria uma investigação minuciosa e escreveria tudo que Jesus fez e falou (Lc 1.1-4; At 1.1) – ironicamente resume tudo em um só versículo! (Lc 16.18).
E o que dizer de João? Bem, parece que piorou a questão, pois, além de descartar esse evento crucial, ele dá destaque a dois episódios que não aparecem nos outros três Evangelhos. No primeiro, Jesus abandona as multidões em Jerusalém e vai ao encontro de uma pecadora samaritana que, além de já ter tido cinco maridos, vivia com um homem ilegalmente; depois, sem deixar vestígios de como devemos proceder com pessoas em situação parecida, usa essa mesma mulher para trazer um avivamento em Samaria (Jo 4). No segundo, ele absolve uma outra pecadora apanhada em adultério quando a lei dizia que deveria ser apedrejada (cap. 8).
Nosso maior problema não é o que fazer quanto aos problemas de divórcio e novo casamento, mas a nossa atitude em relação ao conhecimento. Jesus quer diálogo, enquanto nós queremos métodos. Ele quer que nos acheguemos a ele, para então entendermos as doutrinas, enquanto nós nos achegamos às doutrinas e por isso não o entendemos. Ele quer que entendamos seu princípio geral, não sem dependermos dele para aplicar sua vontade em cada caso, enquanto nós, ao invés de nos preocuparmos com as pessoas, preferimos uma regra única para todos os casos. Assim, se ficarmos na periferia da letra que mata e não entrarmos no Espírito da letra que gera vida, seremos os fariseus modernos que condenam as pessoas.
Os Extremos do Legalismo e do Liberalismo
Os judeus deixaram de ser uma comunidade que representasse o Reino de Deus ao mundo e construíram um sistema religioso judaico. Eles usavam as Escrituras em benefício próprio e por isso manipularam interpretações bíblicas que, tornando-se a tradição judaica, anulavam as Escrituras (Mc 15). Eles não se davam conta de que, reivindicando reconhecimento e impondo suas regras, construíam seus impérios manipulando vidas – “em nome de Deus”.
Se contextualizarmos o cenário da época, será que o cristianismo, em ampla escala, é o judaísmo atualizado, e os que labutam em edificar seus ministérios, usando as Escrituras para benefício próprio, são os escribas e fariseus modernos? Será que corremos o risco de estarmos seguindo dogmas legalistas e não as Escrituras? De estarmos fixados em homens e não em Cristo? De sermos um sistema religioso no lugar de vivermos a realidade do Corpo de Cristo?
Podemos encontrar respostas a essas respondendo a outras perguntas: será que seguimos um estilo de vida cristã que desintegra a família por deixá-la em segundo plano? A família é o primeiro lugar onde vivemos a esfera do Reino de Deus? Como Igreja, estamos mais focados em programas que não geram relacionamento do que em comunhão significativa em que as pessoas são mais importantes e, por isso, ajudam-se umas às outras em suas necessidades?
A corrente mais literalista tende a condicionar o povo a não refletir por conta própria na Palavra de Deus, por enfatizar a obediência às regras. Impõe uma espiritualidade desumana, um fardo pesado que massacra o ser humano e rouba dele a espontaneidade da vida. Com isso, a Igreja perde o direito de pensar e assumir sua identidade como Corpo de Cristo.
No outro extremo, a ala do liberalismo labuta para introduzir a democracia e o universalismo, em nome da “contemporização cristã”, que preconiza os valores humanos modernos. Nesse terreno arenoso, não podemos ser edificados como a casa de Deus, visto que não encontramos os fundamentos das Escrituras e da ética cristã, uma vez que são sacrificados em nome do bem-estar humano.
O espírito aventureiro sempre vai nos encorajar a trafegar em águas turbulentas de conjecturas teológicas, a enredar-nos com os ventos de doutrinas, indo além dos limites das palavras do Mestre da paz. Se não nos contivermos com o veredicto final do Senhor quanto ao divórcio, cairemos no rigorismo legalista ou na lassidão da libertinagem, usando partes isoladas das Escrituras. Mas a bússola que aponta o rumo da vontade de Deus está disponível aos que, acima de tudo, querem viver uma vida genuína com o Senhor e somente para sua glória. fonte revista impacto

domingo, 24 de julho de 2011

5- Passos no Processo de Decadência da Igreja


1 – Cegueira. Falta de visão. O primeiro passo não é muito chocante ou visível. Os líderes podem ser homens de Deus, com amor pelo Senhor e sua causa, mas não têm visão e não conseguem passar senso de paixão por Deus para a próxima geração. Como Eli, estão cegos (1 Sm 3.2). Os filhos dele se tornaram filhos de Belial, instrumentos de Satanás e não conheceram o Senhor (1 Sm 2.12).
2 – Obesidade. A liderança começa a participar indevidamente das ofertas do povo feitas para o Senhor (1 Sm 2.13-17). Os filhos de Eli tiravam a parte do sacerdote antes da hora certa e de forma errada. Deus repreendeu Eli: “Por que desprezais o meu sacrifício e a minha oferta… e por que honras a teus filhos mais do que a mim, de modo a vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo Israel?” (1 Sm 2.29). No fim, Eli morreu também por causa do seu peso, quando ouviu as notícias sobre a tomada da arca pelos filisteus e caiu da cadeira para trás e quebrou o pescoço (1 Sm 4.18).
3 – Passividade e apoio do povo de Deus à corrupção dos líderes. “Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja” (Jr 5.30,31). “Pois este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do Senhor; que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e profetizai-nos ilusões; desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que o Santo de Israel deixe de estar perante nós” (Is 30.9-11). É fácil criticar os líderes e falsos obreiros. Mas , a verdade é que o povo tem os líderes que merece. O povo tem desejo egoísta e idólatra e acha bom a liderança ser folgada com a lei de Deus porque isso lhe dá direito de fazer o mesmo.
4 – Tentativa de produzir uma imitação da presença de Deus. Depois de todos os passos anteriores, as pessoas ficam tão desacreditadas que sentem a necessidade de produzir um senso da presença de Deus. Israel estava perdendo as batalhas diante dos filisteus. Daí resolveram pegar a arca, que representa a presença deDeus, e levá-la como um amuleto para a batalha, acreditando que isso bastaria para dar-lhes a vitória. Diante da derrota, fizeram a pergunta certa: “Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus?” (1 Sm 4.3) mas não esperaram a resposta. Muitas vezes, sabemos como Deus age e mesmo quando Deus não está presente, fabricamos uma imitação da sua presença. Manipulamos os sentimentos do povo, criando uma sensação de que Deus está presente quando não está. Quando a arca chegou, “prorrompeu todo o Israel em grandes gritos, de modo que a terra vibrou” (1 Sm 4.5). Avivamento falso, forçado, fabricado pelo homem! Os filisteus ouviram o som e ficaram atemorizados! Disseram: “O que aconteceu com esse povo? Derrotamos eles ontem e hoje estão se regozijando?” Em Isaías 1, Deus deixa bem claro que ele não quer reuniões e rituais religiosas sem arrependimento sincero e mudança de atitude. E aí vemos que Deus teve coragem de deixar os filisteus tomarem a arca e houve uma derrota fragorosa do povo de Deus.
5 – Icabode – foi-se a glória! A arca nunca mais volta para Siló! A arca volta da terra dos filisteus para a casa de Abinadabe e aí começa o ministério ativo de Samuel (1 Sm 7.1-4). Mas Deus não falou para ele levar a arca de volta para lá. Deus quer um lugar novo. Ele rejeita permanentemente o lugar onde ocorreu todo esse processo de declínio e apostasia. Agora é necessário se levantar um homem segundo o seu coração, Davi, para achar um lugar para a arca.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Segredo de John Hyd


Meu pai era um pastor presbiteriano, e minha mãe, uma cristã muito dedicada com uma linda voz consagrada ao Senhor. Quando jovem, decidi que seria um missionário, um missionário que se sobressaísse. Eu queria brilhar como missionário extraordinário. Terminei meu curso universitário e me saí muito bem. Formei-me e me senti um tanto orgulhoso do título “bacharel” que agora constava depois do meu nome.

 Estava determinado a dominar os idiomas indianos que teria de aprender; pois não queria que nada, absolutamente, servisse de empecilho para que eu me tornasse um grande missionário. Era essa minha ambição. Talvez não fosse um desejo totalmente carnal, mas em grande parte era. Eu amava o Senhor e queria servi-lo – e servi-lo de forma extraordinária –, no entanto meu ego estava na raiz da minha ambição.

 Meu pai tinha um grande amigo, um colega pastor, cujo imenso desejo de ser missionário nunca fora realizado. Ele tinha grande interesse em mim e estava encantado que o filho do seu grande amigo tinha planos de ir à Índia como missionário. Ele me amava, e eu também o amava e admirava.

 No dia em que subi a bordo do navio em Nova York, para empreender a missão da minha vida na Índia, encontrei no meu camarote uma carta endereçada a mim. Reconheci a caligrafia desse amigo do meu pai. Abri a carta, que não era muito grande, e encontrei, em síntese, a seguinte mensagem: “Não deixarei de orar por você, caro John, enquanto não estiver cheio do Espírito Santo”.

 As palavras mexeram com meu orgulho, e fiquei muito bravo. Amassei a carta e joguei-a num canto do camarote. Subi ao convés do navio com espírito muito agitado. Imagine só que absurdo: implicar que eu não estava cheio do Espírito! Aqui estava eu, embarcando como missionário, determinado a ser um excelente missionário – e ele tinha a coragem de insinuar que eu não estava equipado adequadamente para a obra!

 Andei agitado para cima e para baixo naquele convés, uma batalha ardendo no meu interior. Senti um enorme desconforto. Eu amava o homem que me escrevera aquele bilhete. Sabia da vida santa que levava, e, lá no meu íntimo, desconfiava que ele podia estar com a razão: eu não tinha mesmo condições de ser missionário.

 Depois de algum tempo, voltei para o camarote e fiquei de joelhos para procurar a carta amassada. Peguei-a do chão e alisei-a; li o conteúdo novamente, vez após vez. Ainda me senti irritado pelas palavras, porém a convicção crescia dentro de mim de que esse homem estava certo e eu, errado. Esse processo continuou durante dois ou três dias, deixando-me completamente agoniado. Tudo isso nada mais era do que a bondade do Senhor atendendo às orações do amigo do meu pai, que certamente havia batalhado em oração e tomado posse da vitória em meu favor.

 Finalmente, quase em desespero, clamei ao Senhor para me encher com o Espírito Santo. No mesmo instante, parecia que as nuvens escuras haviam desaparecido por completo. Pude ver a mim mesmo e a minha ambição egoísta. Tive uma batalha até o final da minha viagem no navio, mas, bem antes de chegar ao meu destino, decidi firmemente que, fosse qual fosse o preço, eu realmente precisava ser cheio do Espírito.

 O segundo momento culminante foi quando senti desejo de dizer ao Senhor que estava disposto até a ser reprovado nos meus exames nos idiomas na Índia e a ser um missionário trabalhando em silêncio e anonimato; que eu faria qualquer coisa e seria qualquer coisa, mas precisava receber o Espírito Santo a qualquer custo.

 Num dos primeiros dias na Índia, enquanto estava hospedado com um outro missionário experiente, saí com ele para um culto ao ar livre. O missionário pregou, e fui informado de que ele estava falando a respeito de Jesus Cristo como o Salvador que liberta do pecado.

 Depois de terminada a pregação, um homem com aparência ilustre, falando bom inglês, perguntou ao missionário se ele mesmo já tivera tal experiência de salvação do pecado. A pergunta foi direto ao meu coração, porque, se a mesma pergunta tivesse sido dirigida a mim, eu teria sido obrigado a confessar que Jesus ainda não me salvara totalmente, já que ainda havia pecado na minha vida.

 Reconheci que teria sido uma terrível desonra ao nome de Cristo se eu fosse obrigado a confessar que estava pregando Jesus, proclamando aos outros que era um Salvador perfeito, enquanto eu mesmo não estava liberto.

 Voltei ao meu quarto e me tranquei lá dentro. Disse para o Senhor que teria que acontecer uma de duas coisas: ou ele me libertava de todos os meus pecados, especialmente daquele que me atormentava constantemente, ou eu teria de voltar para minha terra e buscar uma outra atividade lá. Declarei que não podia ficar diante das pessoas para pregar o Evangelho enquanto eu mesmo não pudesse testemunhar do seu poder e eficácia na minha vida.

 Fiquei lá durante algum tempo, enfrentando essa questão e reconhecendo que era extremamente razoável que tomasse tal posição. O Senhor me assegurou que era capaz e desejoso de me libertar de todo o pecado e que realmente era sua vontade que eu estivesse na Índia. E, de fato, ele me libertou de tal forma que nunca mais duvidei da sua obra completa. Posso agora ficar diante de quem quer que seja e testemunhar, sem hesitar, da vitória que recebi. É meu prazer hoje testificar desse fato e contar a todos da maravilhosa fidelidade de Cristo meu Senhor e Salvador.

 John Hyde (1865-1912) foi missionário durante quase vinte anos na Índia. Foi chamado “O Homem que Orava”, pois a oração passou a ser sua ocupação principal. Suas orações produziram resultados impressionantes: um avivamento em 1910 na Índia e muitas conversões diárias.
por John Hyde
Hyd

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Natureza da Igreja


Repensando nossa funcionalidade eclesiástica
Ronaldo Lidório

Ao refletir sobre a natureza da Igreja nos confrontamos imediatamente com algumas claras limitações. A primeira seria uma limitação sociológica, na medida de que todos nós, de alguma forma, temos sido influenciados por 2 fatores construtores da presente sociedade, o hedonismo e o narcisismo. Junto a alguns outros, os tenho chamado de elementos da anti-missão. Isto devido a capacidade que eles tem de postar o homem, e consequentemente a Igreja, no centro do universo, em nosso imaginário. Nos tornarmos, aos nossos próprios olhos, os atores principais do evento histórico.

É natural entender, portanto, que enquanto influenciados por esta limitação sociológica, teremos bastante dificuldade de conceber uma Igreja que seja chamada para servir a Deus com toda a sua alma, suas energias, seu dinheiro e seu tempo. Ao contrário, tal limitação lança-nos a consequências puramente humanistas, como o triunfalismo e ufanismo, e desemboca no orgulho, raiz de grandes males.

O hedonismo é esta tendência humana sociocultural, e teologicamente carnal, que nos leva a crer que existimos para nossa própria realização. Que nossa alegria e felicidade pessoal são os bens mais preciosos, pelo qual vale a pena tudo. Que para nos realizarmos podemos, e devemos, romper com quaisquer valores, religiosos ou sociais, passando por cima da Palavra, da família, do ministério e do relacionamento com o Pai.

A sociedade e seus meios de comunicação, as escolas e os púlpitos de muitas de nossas igrejas se tornaram hedônicos. Vivemos para nós mesmos, pensamos em nós mesmos, investimos em nós mesmos, teologizamos para nós mesmos e, consequentemente, não servimos ao Cordeiro Jesus, mas sim a nós mesmos.

Ainda parte desta limitação sociológica, há outro fenômeno que aqui podemos chamar de narcisismo. É o desejo - e desenfreada busca – pela beleza pessoal e público reconhecimento da mesma. Não basta estar no centro das atenções, é necessário que todos saibam disto. O narcisismo é este elemento da anti-missão que faz com que nós trabalhemos e nos esforcemos para o Senhor e Sua obra, desde que sejamos reconhecidos pelos nossos pares, aplaudidos, elevados em pedestais.

Tanto o hedonismo quanto o narcisismo corrompem não apenas a alma humana, sua integridade e santidade, mas também sua motivação. Há, portanto, muitas igrejas, pastores, líderes e missionários fazendo a coisa certa pela motivação errada.

É necessário neste momento, percebermos, que o desejo do Senhor revelado em toda a Sua Escritura não é formar um povo-escravo para o serviço, nem mesmo um centro qualificado de produção, mas discípulos que o amam, que sejam apaixonados por Seus projetos, e que o sigam. O desejo de Deus não é tão somente nos tornar funcionais, mas santos; não apenas nos tornar produtivos, mas íntegros; não apenas nos tornar servos, mas filhos.
A segunda limitação que temos ao refletir sobre a Igreja e sua natureza é uma limitação teológica, e me refiro aqui à teologia do serviço, ou teologia da missão. A maneira como nós compreendemos o nosso papel no Reino, e nos posicionamos em relação a ele. Para conversarmos sobre esta limitação leiamos o texto que se encontra em Atos 2: 37 a 47

37
Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?
38
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39
Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.
40
Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41
Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.
42
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
43
Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.
44
Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
45
Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.
46
Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
47
Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
Atos é um livro teocrático, uma vez que foi escrito para evidenciar que Deus está no controle de todas as coisas. Ele é apresentado aqui neste livro como o Senhor absoluto da história, de nossas vidas e da Sua Igreja. Jamais se surpreende, jamais se corrompe. Esta imutabilidade do caráter de Deus é a certeza de que somos salvos.

Atos é também um livro fidedigno por ter sido escrito de forma a nos mostrar que Deus cumpre todas as suas promessas. Inicia já no capítulo 2 com o cumprimento da promessa do Senhor Jesus de que enviaria o consolador, o parakletos que estaria com a Igreja para conduzi-la a Cristo. O Espírito Santo se manifesta, portanto, para a Igreja e a reveste de autoridade e poder para servir.

Atos 2 pinta o quadro desta Igreja chamada segundo o coração de Deus.

Perceberemos que ela é uma Igreja Koinônica (orientada pela comunhão dos santos); uma igreja Kerygmática (proclamadora do Nome acima de todo Nome); Martírica (que vive segundo aquilo que crê); Proséitica (que tem vida de oração); Escriturística (que ama e segue a Palavra); Diákona (com paixão pelo serviço); Poimênica (que pastoreia o seu povo); e por fim Litúrgica (cuja vida é a adoração do Pai).

Antes de adentrarmos estes desafios bíblicos para nossos corações, podemos nos lembrar da teologia de John Knox quando ele defende que a ponte entre o conhecimento e a transformação é o quebrantamento. Ou seja, muito pode entrar em nossa mente, convencer-nos de verdades bíblicas profundas, mas este conhecimento gerará vidas transformadas somente se houver verdadeiro quebrantamento em nossos corações. E nem quebrantar a nós mesmos nós podemos. Por isto dependemos de Deus. Podemos orar pedindo ao Senhor: quebranta o meu coração para que as verdades da Sua Palavra sejam fogo transformador em nossa alma.

KOINÔNICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E CONVIVER COM O DIFERENTE

O verso 44 nos diz que “todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum”. A expressão “comum” aqui é koinos de onde temos koinonia, ou “comunhão”. Manifesta que a Igreja neste período histórico pós pentecostes era uma Igreja Koinônica.

Não significa que a Igreja do primeiro século era homogênea. Ao contrário, eram extremamente distintos. Havia intelectuais e gente simples; judeus e gentios; jovens e velhos.

Koinos significa que eles se amavam na diversidade. Que estavam tão deslumbrados com o Senhor Jesus que eram capazes de conviver com o irmão mais diferente, e com ele ter comunhão, porque havia Um que os unia.

Indica que a razão maior da nossa desunião não é sociológica – a percepção do diferente e a intolerância com o mesmo – mas sim teológica, nossa própria carnalidade, desejo de sobressairmos, sobressair nosso pensamento, sobressair nossa denominação, sobressair nosso símbolo. Ao fim, o motivo maior da nossa desunião é espiritual, carência profunda de conhecermos mais a Cristo e sermos como Ele.

O texto diz que esta Igreja louvava de casa em casa e no templo. O templo era o centro do culto formal (aqueles que gostam dos hinos sacros tocados ao piano de caldas) e as casas representavam os ajuntamentos informais (a turma do violão e dos cânticos contemporâneos, digamos assim).

O verso 32 nos diz que era um só coração (kardia, sentimentos) e uma só alma (psiche, pensamentos).

Durante o encontro do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas) em 2008, houve uma cena cativante no último dia. Era a ceia do Senhor. Irmãos de 47 etnias distintas, além dos não indígenas de várias nacionalidades, como uma pequena multidão de 1.200 pessoas ao redor da mesa de Cristo. Alguns cantavam, outros oravam, alguns traduziam o que estava acontecendo para a língua da sua etnia, e a mensagem era claríssima. Era como se todos declarassem: “somos diferentes, mas amamos a Jesus”.

Divisões, partidarismo, esquemas de superioridade teológica ou prática no Corpo de Cristo sempre será um problema de ordem espiritual. É um reflexo, um triste sinal, de que não estamos deslumbrados com o Jesus ao ponto de sua simples presença ser o suficiente para encher nossos corações e amar profundamente os deslumbrados como nós.

KERYGMÁTICA E MARTÍRICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E PROCLAMAR JESUS

Nos versos 40 e 41, lemos que “com muitas palavras deu testemunho e exortava-os dizendo: salvai-vos desta geração perversa. Então, os que aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”.

Há duas palavras que andam de mãos dadas no Novo Testamento. Observei este importante detalhe durante o período de trabalho na tradução do Novo Testamento para a língua Limonkpeln de Gana. São elas Kerygma, normalmente traduzida por pregação ou proclamação (aponta para a proclamação audível e inteligível da mensagem), e martyria, traduzida por testemunho (modo de vida).

Curiosamente sempre que uma delas aparece, a outra a acompanha, e isto em todo o Novo Testamento. Dá-nos, assim, a clara impressão de que na mente de Cristo Ele construía uma Igreja que pudesse proclamá-lo de forma audível e inteligível em todo o mundo, mas que ao mesmo tempo pudesse vivê-Lo.

O Apóstolo Paulo parece ter compreendido bem esta parte da natureza da Igreja. Ele tanto ensina o povo de Deus que deve falar de Cristo a tempo e fora de tempo como grita a plenos pulmões: já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.

O desejo de Cristo, portanto, é sermos uma Igreja que tenha fiel teologia e também vida devocional. Uma Igreja habilidosa mas também piedosa. Uma Igreja que prega a Palavra, mas que vive a Palavra que prega. Enfim, uma Igreja kerygmática e martírica.

Um dos perigos imediato, e corruptor da natureza da Igreja é termos o melhor conteúdo, o melhor ministério, a mais expressiva Igreja, o mais relevante ensino, mas não termos vida com Deus. Isto nos leva à soberba, orgulho e arrogância. Mata o espírito, mata a fé, destrói a piedade e nos achamos em um vale seco onde nada se move; com estruturas lindas, mas sem vida com Deus; com colunas de mármore mas sem o Espírito Santo.

Paradoxalmente, vida piedosa e espírito quebrantado, com sinceridade e devoção, sem um sólido ensino da Palavra, sem zelo pelas Escrituras, provocará uma enxurrada de ações, em nome de Deus, que não são de Deus. Este é outro perigo imediato, e igualmente corruptor da Igreja: buscarmos a piedade e vida com Deus, sem o temor e ensino da Palavra, produzindo, assim, uma Igreja dinâmica e crescente, mas antropocêntrica e herética. Uma das igrejas que mais cresce em Gana é chamada Igreja do Espírito Santo. É a Igreja mais missionária, evangelizadora e que se envolve com ações sociais. Mas esta Igreja crê que seu fundador é a encarnação do Espírito Santo na terra. Quando ele fala é o Espírito Santo quem fala.

Portanto o desafio que temos é de não partirmos ao meio a nossa eclesiologia. É de termos uma boa doutrina, mas também uma vida piedosa; é conhecermos teologia, mas também praticarmos a fé cristã; é sermos kerygmáticos – que pregam em alto e bom som; mas também martíricos – que adoram o Nome acima de todo nome no secreto da sua casa; é sermos zelosos pelo culto e pelo texto bíblico, mas também colocarmos a mão no arado para o serviço e a missão.

Um dos relatos que mais me desafiou nos últimos tempos foi o testemunho de um juiz federal – por assim dizer – no interior da China. Ele foi preso, acusado de ser um cristão que praticava a evangelização em sua pequena cidade. Para que fosse humilhado publicamente foi levado a pé e algemado por alguns policiais, de sua casa até a central de polícia. Quem observou aquela caminhada testemunhou que todos estavam cabisbaixos, envergonhados e constrangidos pela prisão de um homem de tamanha importância, e muito querido na sua cidade. A multidão por onde ele passava, os soldados que o conduziam, todos cabisbaixos. O único com a cabeça erguida era o juiz cristão, que a medida que caminhava levantava também suas mãos gritando: Eu amo o Senhor Jesus!

DIÁKONA E POIMÊNICA – A IGREJA NASCIDA PARA SERVIR

O verso 45 nos diz que “vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”. A expressão original para “à medida que” significa que os irmãos tinham olhos abertos para discernir onde e como poderiam servir.

O conhecimento das Escrituras e verdadeira espiritualidade desembocam no serviço, na missão.

As vezes compreendemos mal o conceito de missão e serviço. Servir a Cristo não é uma questão de desejo, oportunidade ou decisão pessoal. Servir a Cristo é uma questão de obediência. Se você estiver contente em servir ao Mestre, faça isto pela alegria que sente. Mas no dia em que faltarem alegria e prazer, sirva-o pela obediência. Isto porquê servir a Cristo não é um passeio no parque. Demanda, não raramente, morrermos mais e mais para nós mesmos.

Ao nosso redor observamos em um relance ambientes de injustiça, situações de profunda carência humana e desconhecimento do Senhor Jesus. É neste plano que a Igreja é chamada para servir. Para denunciar a injustiça, para saciar a fome daquele que nada tem e para anunciar o precioso Nome de Jesus.

CONCLUSÃO

Voltamos às primeiras palavras. Os elementos da anti-missão – hedonismo e narcisismo – que são expressões da obra da carne,e que nos preterem de sermos a Igreja segundo o coração de Deus.

A inércia que experimentamos não provém do nosso desconhecimento da necessidade humana ou do mandato de Deus, mas sim da nossa falta de paixão deslumbrante pelo Senhor Jesus.

Há no mundo hoje mais de 2.000 povos que não conhecem sobre Jesus. Falam mais de 3.000 línguas e dialetos sem nada da Palavra em seus idiomas. No Brasil temos 121 etnias indígenas ainda pouco ou não evangelizadas, e 95 sem presença missionária. Há mais de meio milhão de ciganos em nossa pátria que não conhecem a Palavra. As tribos urbanas nas grandes cidades relativizam a vida e, ao contrário de se tornarem ateus, passam a crer em tudo. Vivem a procura de um deus utilitário para saciar uma sociedade humanista.

Jim Eliott, mártir entre os Auca no Equador, em uma carta que escrevera à sua igreja na América do Norte, concluiu dizendo: “viva de tal forma, que ao chegar o dia da sua morte, nada mais tenha a fazer para Deus, a não ser morrer

quarta-feira, 20 de julho de 2011

• Você Está Anelando Pela Sua Vinda?

Você Está Anelando Pela Sua Vinda?

 “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8).

Dentro do corpo de Cristo, Deus reconhece um grupo especial de pessoas: aqueles que anelam pela vinda de Jesus. Para essas pessoas, Deus preparou uma recompensa especial: a coroa da justiça. Será que eu sou uma delas? Será que preencho o requisito de anelar pela sua vinda?


Quatro Razões Bíblicas


O Espírito Santo me mostrou quatro razões bíblicas por que todos os cristãos devem anelar pela vinda de Cristo:

  • Ela vai consumar nossa salvação pessoal revestindo-nos com o corpo da ressurreição. Esperamos ardentemente a vinda de Jesus para transformar esse corpo combalido para ficar em conformidade com o corpo da sua glória (Fp 3.20-21).
  • Ela vai consumar nossa eterna união com Jesus e com os demais irmãos na fé (1 Ts 4.16-17).
  • Ela vai acabar com o intolerável sofrimento da humanidade que aumenta a cada dia. Só o reinado do Messias pode abolir a opressão, a injustiça, as doenças, a miséria e a guerra (Sl 72.1-14).
  • Ela vai colocar fim aos gemidos da criação e trazer libertação universal da escravidão da corrupção (Rm 8.19-23).


Cinco Marcas Distintivas


Depois o Espírito Santo me mostrou cinco marcas que distinguem todos os cristãos que verdadeiramente anelam pela vinda de Cristo:

  • Faremos todo esforço para viver em paz com todos e ser santos (Hb 12.14). Sabendo que quando ele se manifestar seremos como ele, nos purificaremos assim como ele é puro (I Jo 3.2-3).
  • Seremos diligentes no sentido de completar nossa tarefa terrena. Cada ato de justiça que realizarmos é um fio no vestido de linho fino e puro com o qual a noiva de Cristo se apresentará (Ap 19.8).
  • Estaremos vigilantes em todo o tempo, orando para que tenhamos força para evitar todas estas coisas que hão de acontecer e permanecer em pé diante do Filho do Homem (Lc 21.36).
  • Aguardaremos o dia de Deus, apressando a sua vinda (2 Pe 3.12). Para esse fim, estaremos comprometidos na proclamação do evangelho do reino para todas as nações (Mt 24.14).
Prepararemos o caminho do Senhor através de confortar o povo judeu, ajudando a prepará-los para receberem seu Messias (Is 40.1-3; Rm 11.25-26).

  • No final, o Espírito Santo deixou-me uma palavra chave: DILIGÊNCIA.

por Derek Prince

terça-feira, 19 de julho de 2011

Distração


Não é nenhuma novidade dizer que o mundo dos nossos dias impõe um ritmo de vida e gera pressões que seriam quase inimagináveis poucas décadas atrás. Se quisermos permanecer “conectados” com o mundo, com os amigos e clientes – se quisermos permanecer no mercado de trabalho –, seremos obrigados a acompanhar a evolução cada vez mais acelerada de equipamentos e aparelhos de comunicação e informação.
Toda essa parafernália, porém, tem causado alguns efeitos extremamente perigosos. Um dos principais, que estamos identificando nesta edição da revista como o mal do século 21, é a distração, a incapacidade de manter o foco num mesmo objetivo por mais de alguns instantes.
É verdade que não podemos voltar no tempo e viver nas condições de dois ou três séculos atrás. Entretanto, podemos aprender a viver de acordo com os princípios de Deus dentro dos desafios e pressões do nosso tempo.
Surge, então, a pergunta: será que existe algo nas Escrituras que se aplica a esse mal do século 21?
Se você duvida, vá correndo e leia Lucas 10.38-42. É a história muito conhecida de Marta e Maria de Betânia. Quando Jesus apareceu por lá, Marta convidou-o para sua casa. Maria deixou tudo e ficou aos pés de Jesus, deslumbrada com suas palavras de vida e transformação. Marta, porém, “andava distraída em muitos serviços” (v. 40, ênfase acrescentada). Quando ela reclamou de sua irmã “folgada”, Jesus lhe disse: “Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária…” (v. 41, ênfase acrescentada).
Não é exatamente este o nosso dilema atual: distração, muitos serviços, muitas coisas, muitas preocupações?
Jesus não disse que uns têm função de Marta, outros de Maria (como muitos hoje interpretam o texto acima). Ele disse que uma só coisa é necessária para todos. Naquele momento, não era almoço, arrumação de casa, compras, compromissos ou negócios. Era ouvir as palavras de Jesus.
A solução não é ser Maria o tempo todo. Mas, naquele momento, uma coisa tinha prioridade sobre todas as demais.
Que hoje, também, possamos dar toda a nossa atenção ao que é mais importante na hora certa! Cristopher walker

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Philip Yancey-Autoridade ou Questionador?

hilip Yancey-Autoridade ou Questionador?

Escritor cristão, Philip Yancey fala sobre os livros que escreveu, o novo projeto literário e comenta efeitos positivos e negativos que a igreja pode causar na nossa vida.

Nem mesmo os maiores gênios da história tiveram respostas para todas as questões da humanidade. Artistas como Michelangelo tiveram seus momentos de “será?” enquanto pincelavam ou esculpiam obras clássicas. Dostoiévski exorcizou os demônios de sua alma ao escancarar o coração às dúvidas que o aprisionavam. O mundo carece das guerras interiores que inquietavam o espírito de Tolstói e Gandhi. Faltam questionadores calibrados como G. K. Chesterton e C. S. Lewis que surpreendiam (e foram surpreendidos) pela alegria de obter respostas em meio a tantas dúvidas sinceras, aceitas graciosamente diante de Deus.

O jornalista e escritor cristão norte-americano Philip Yancey, de 59 anos, engrossa a lista dos articuladores do ponto de interrogação. Desde quando estreou na literatura, em 1977, o autor, natural de Atlanta, Estados Unidos, vendeu mais de 14 milhões de exemplares em cerca de 25 idiomas. Títulos como “Igreja: por que se importar?” (Editora Sepal) ou “Oração: ela faz alguma diferença?” (Editora Vida) nasceram de um espírito contrito e decepcionado com o racismo de uma igreja fundamentalista no sul dos EUA, onde foi criado na década de 1960.

O autor de “Alma Sobrevivente – sou cristão apesar da Igreja” (Editora Mundo Cristão) é sincero ao conversar com o Grupo News1 por e-mail. Aborda seu novo projeto literário, fala sobre a importância da comunhão na igreja, revela o que faz com a grana que recebe da venda de seus livros… E, para variar, só para variar, termina esta entrevista exclusiva levantando uma questão – dessa vez, sem causar polêmicas.
Grupo News: Existe algum plano para escrever um livro sobre tema ainda inédito para você?
Philip Yancey: Estou começando a trabalhar em uma espécie de autobiografia com reflexões sobre minha vida, especialmente minha criação em uma família difícil e uma igreja que eu chamaria de “tóxica”. Quase todos os dias, recebo mensagens de leitores querendo achar a cura de feridas causadas por família ou igreja. Em contrapartida, boa parte dos livros cristãos tenta cobrir a triste realidade com falso verniz, com uma mensagem que soa mais como propaganda. Até agora, à medida que trabalho nesse projeto, estou encontrando saúde interior ao remontar os diversos retalhos do meu passado.
Ainda estou nos primeiros estágios do livro, lendo várias outras autobiografias e estudando os estilos e características. Em contraste com meu estilo normal, esse livro se assemelhará mais à ficção, por utilizar-se de narrativa e diálogos, embora meu objetivo seja registrar, da forma mais fiel possível, o que realmente aconteceu comigo.
GN: Seus livros são bem aceitos no mercado editorial cristão, vendendo milhares de cópias. O que faz com a verba que recebe?
PY: Antes de começar a escrever livros, eu pretendia, junto com minha esposa, fazer trabalho missionário. Assim, nunca prevíamos ter muito dinheiro. Logo no início, porém, organizamos uma fundação cujo foco é assistência e desenvolvimento em países necessitados e regiões carentes do nosso próprio país. Boa parte dos royalties da venda dos livros vai para essa fundação, para apoiar projetos e trabalhos em que acreditamos.
GN: Em seus livros, você fala sobre pessoas que se sentiram frustradas com a igreja. Em “Deus (in)visível”, por exemplo, comenta a respeito do seu irmão que deixou os caminhos de Deus por ter se decepcionado com a instituição religiosa. O que me diz sobre a sua família? Na sua opinião, qual é a importância da família, hoje, para a implantação do reino de Deus?
PY: Com certeza, a família é importante. Entretanto é também uma demonstração clara de como temos tão pouco controle. Meu irmão considera-se agnóstico – se você conseguisse ir além das camadas exteriores de dúvidas, provavelmente encontraria profundas feridas causadas por uma igreja doente e “tóxica”. No caso dele, a família só agravou ainda mais a disfunção. Conheço muitos pais que se sentem impotentes quando seus filhos rejeitam a fé ou se envolvem em comportamentos autodestrutivos. Não sei de nada que nos ajude melhor a compreender como Deus deve se sentir olhando para essa Terra e vendo a bagunça que fizemos com ela. Mesmo assim, Deus atribui um valor muito elevado à liberdade humana e permite-nos o livre arbítrio, mesmo quando o utilizamos para escolher contra a vontade dele. Esse modelo é importante para as famílias também na minha convicção.
GN: Como você descreveria sua própria jornada espiritual na faculdade? Pode contar-nos uma de suas experiências memoráveis na época de universitário no Columbia Bible College?
PY: Estudei em uma faculdade cristã muito severa que empregava uma forma de controle da mente. “Simplesmente creia, sem questionar!”, diziam. Mas eu questionava sim: sobre o legalismo, a hipocrisia, as estranhas ênfases de alguns professores e alunos ali. Eu não queria ser igual a eles e até os ridicularizava às vezes. Na época, não estava buscando a Deus. Tive uma experiência parecida com a que é descrita no poema The Hound of Heaven (O Cão de Caça do Céu), de Francis Thompson, pois era Deus que estava correndo atrás de mim. Eu esperava conhecer um Deus severo e algoz, mas, ao invés disso, encontrei um Deus de graça e misericórdia. Com certeza, esse novo entendimento sobre a natureza de Deus foi a experiência mais marcante que trouxe de lá.
GN: Para você, qual é a importância de comunhão e comunidade para a igreja?
PY: Quando leio o livro de Atos, vejo que a igreja significa, antes de tudo, comunidade. Um pequeno grupo de pessoas, que vivia em uma cultura judaica nas fronteiras do Império Romano, decidiu que um profeta do primeiro século chamado Jesus tinha a resposta para os problemas da vida. Uniram-se umas às outras para se encorajar e suprir as necessidades ,mútuas. É tão simples – e, ao mesmo tempo, tão complicado! A igreja começou como uma espécie de contracultura, uma união de pessoas com o mesmo pensamento, comprometidas umas com as outras, que se tornavam uma luz na cultura ao seu redor. Um dos primeiros líderes cristãos disse que a igreja é como uma fogueira: tire uma brasa do fogo, e logo se esfriará. Qualquer movimento terá muita dificuldade em se manter separado da comunidade.
GN: Você escreveu que há “Rumores de Outro Mundo” em nosso mundo. A que tipo de rumores você se referiu? Pode dar um exemplo?
PY: Ainda estou procurando entender mais sobre isso. Para mim, a beleza é um poderoso rumor do espírito criativo de Deus. Gosto de citar G. K. Chesterton, quando disse que o pior momento para o ateu é quando sente profunda gratidão e não tem a quem agradecer. Moralidade é outro rumor. Toda sociedade que já foi analisada tem a percepção de que assassinato e incesto são errados; de onde veio tal consciência? Felicidade, prazer, bondade – esses também são rumores que nos oferecem indícios da natureza de Deus. No livro “Rumores de Outro Mundo”, cito o sexo como um exemplo claro. Estude as maneiras como a sexualidade humana difere do sexo animal e verá um forte rumor do que Deus quis que o sexo fosse para nós.
GN: Em seu livro Alma Sobrevivente, você escreveu sobre 13 personalidades que influenciaram sua fé. Por que você não incluiu o pensador cristão C. S. Lewis, já que o cita freqüentemente?
PY: Com certeza, C. S. Lewis merecia um capítulo no meu livro. Eu o deixei de fora por somente um motivo: existem dezenas de livros que descrevem sua influência. Eu queria focar outros que não receberam tanta atenção. Na verdade, escrevi um capítulo sobre a influência de C. S. Lewis em minha vida, mas foi incluído em outro livro. A influência dele é enorme e demonstra o poder das palavras: Lewis tem muito mais impacto depois de sua morte do que antes dela graças aos livros que escreveu.
GN: Ainda em Alma Sobrevivente, você escreveu sobre Gandhi, cuja influência no mundo também é descrita por dezenas de livros. Diga-nos: o que um garoto fundamentalista do sul dos Estados Unidos conseguiu aprender com o revolucionário indiano?
PY: Você perguntou há pouco sobre o uso de dinheiro. Gandhi tinha pensamentos profundamente desafiantes nesse assunto. Estava muito à frente de sua época nas preocupações com o meio ambiente e o desperdício. Nunca se tornou cristão, mas não conheço ninguém que tenha tentado com mais intensidade colocar em prática o que Jesus ensinou sobre honrar “os mais pequeninos” (Mt 25.40) e fazer da humildade um objetivo a ser alcançado. Gandhi levou Jesus mais a sério do que 90% dos cristãos que eu conheço. Como hindu, nunca conseguiu aceitar completamente o conceito de graça e, por isso, morreu ainda lutando com o esforço humano sem se livrar da consciência de culpa. Mesmo assim, quanto mais sei a seu respeito, mais sou desafiado. Pessoas como Gandhi, Francisco de Assis e Madre Teresa são marcos importantes para todos nós. Não foi Chesterton que disse que o santo é aquele que exagera o que o mundo negligencia?
GN: Você costuma lidar com as palavras no seu dia-a-dia. Para você, qual é a importância da Palavra de Deus na restauração da igreja?
PY: A própria expressão já diz tudo: a Bíblia é a Palavra de Deus, tem tudo o que Deus quer que leiamos e escutemos como o “manual do fabricante” para a vida neste planeta. Qualquer igreja que deseje seguir a Deus precisa começar nesse ponto.
GN: Qual é o seu autor favorito? Dá para escolher um nome?
PY: Não tenho certeza do quanto ele é conhecido no Brasil, mas admiro muito Frederick Buechner, que ainda está vivo. Ele já escreveu quase 40 livros, metade ficção e metade não-ficção. Amo a maneira como Buechner enobrece a arte de escrever enquanto também incorpora sua fé naquilo que escreve. Eu detestaria ter de escolher apenas um, tanto que escrevi sobre 13 mentores (incluindo Buechner) em Alma Sobrevivente.
GN: Como é sua rotina trabalhando para a revista Christianity Today?
PY: Não tenho propriamente uma rotina. Moro no Colorado, a uns 1.600 km do escritório da revista, que fica perto de Chicago. Recebi a posição “Editor à Distância”, e eu brinco que a única expressão comparável seria “preso à distância” (ou “preso em liberdade”) – pois eles não sabem onde o editor está nem o que está fazendo! Eu escrevo uma coluna para Christianity Today a cada duas edições, ocasionalmente escrevo artigos em algumas das mais de dez outras revistas que o grupo publica e faço consultoria para algumas delas também. A maior parte do meu tempo, porém, eu dedico aos meus projetos de escrever livros.
GN: Você também toca piano. Qual é a sua opinião sobre adoração na igreja?
PY: Como estudei música clássica, sou um tanto antiquado. Aceito plenamente que a igreja precise usar estilos modernos de louvor com os quais as pessoas possam se identificar. Apenas imploro para que não joguemos fora a maravilhosa e rica tradição daqueles que viveram antes de nós. A letra, a estrutura de acordes e a beleza simples de alguns dos grandes hinos dão de 10 a zero na grande parte das “músicas de louvor” que temos hoje. Para dizer a verdade, precisamos hoje de mais excelência e criatividade na adoração.
GN: Quais são suas expectativas, tanto profissionais quanto pessoais, para os próximos dez anos?
PY: Quisera eu pensar lá na frente assim! Eu trabalho com um livro de cada vez, e essa autobiografia provavelmente levará mais dois anos pelo menos. Depois disso, eu não sei. Alguma idéia?
Colaboraram Editora Mundo Cristão e a jornalista Priscila Harumi