segunda-feira, 26 de março de 2012

Saiba mais sobre a situação de Said Musa

17 mar 2012Afeganistão
Said Musa foi preso em Kabul no dia 31 de maio de 2010. Em sua primeira detenção, ele passou nove meses preso, foi espancado e maltratado. Depois disso, ele conseguiu o direito de enviar cartas e também recebeu a autorização de deixar o país com sua família

A única maneira de Said Musa continuar vivendo no Afeganistão seria a de renunciar a sua fé em Cristo e voltar ao islamismo, mas ele optou por não fazer isso.
Said e sua família, agora vivem em um pequeno apartamento em outro país e todos eles estão tentando se adaptar a esse novo contexto. Todos os filhos deles estão indo à escola. Uma das crianças é deficiente e por isso recebe cuidados especiais e está matriculada em uma escola para crianças com necessidades especiais.

Quando eles chegaram ao novo país, receberam todo o cuidado médico necessário. Desde então, estão recebendo este tratamento regularmente. No momento estão procurando uma igreja para congregar.

Eles estão enfrentando o desafio de lidar com o passado, o sentimento de perda e de rejeição por não poder viver em seu próprio país, o choque cultural ao se mudarem para lugar onde não conhecem os costumes ou a língua, a solidão de deixar amigos e familiares para trás, a incerteza de não saberem se no futuro as coisas continuarão como estão agora. Tudo isso não é apenas um desafio para Said Musa, mas também para a sua esposa, que não fala inglês.

Said Musa está muito agradecido por tudo que fizeram por ele e por sua família. No entanto, ele está lutando muito nesse período de transição; não conseguir falar a língua corretamente e não ter um emprego são seus maiores desafios. Ele disse, “estou procurando um emprego e também uma igreja para congregar. Eu tive que deixar para trás o ministério que Deus me deu quando estava em meu país”. Said Musa, que teve que amputar sua própria perna depois de ter pisado em uma mina terrestre, trabalhava com terapia ortopédica em Kabul, capital do Afeganistão.

Ele se tornou um cristão porque ficou fascinado com o fato de duas mulheres cristãs terem ajudado sua vizinhança após um atentado a bomba. O fato das mulheres terem se colocado a disposição para ajudar pessoas que não tinham nenhum parentesco ou relacionamento íntimo com elas, foi um fenômeno muito estranho para ele, que começou a questionar algumas coisas.

Finalmente ele conseguiu uma Bíblia e percebeu que ela falava a verdade. Musa disse: “era como se houvesse um fogo no meu coração pela verdade”. Ele começou a participar de pequenos grupos com outros cristãos. Em 2010 Musa foi acusado e preso por causa de sua nova fé.

Quando ele estava entrando em desespero na prisão, Jesus apareceu a ele em um sonho/visão para mostrar que Ele sempre estaria junto com Musa. Essa experiência renovou as forças dele. Essa mudança de atitude foi perceptível aos outros prisioneiros e aos guardas. Várias pessoas começaram a dar ouvidos a ele, mas outros continuavam a rejeitá-lo e humilhá-lo. Uma vez, ele foi convidado por dois rapazes que estavam usando drogas para conversar, pois ele se mostrava uma boa influência. De todas as pessoas que haviam na prisão, os guardas escolheram justamente Musa para dar conselhos a eles.

Disseram-lhe uma vez: “o que você diz é a verdade! Se as pessoas soubessem escolher, 75% delas escolheria seguir a Jesus”. Depois que a pessoa que falou isso foi liberta, ela voltou à prisão para visitar Musa e trouxe frutas e sucos para ele.

Pedidos de oração

•Ore para que a família de Musa possa conseguir sua casa própria, para que ele consiga um trabalho, para que consigam se adaptar ao seu novo país.

•Ore para que Said Musa encontre, no tempo certo, seu ministério de compartilhar o evangelho em sua própria língua para os refugiados do país.

•Ore por esse período de transição para eles; para que a paz e a coragem sobrepujem as incertezas.

•Ore para que as crianças se adaptem bem com a nova cultura.

•Ore para que eles sintam a presença de Deus em suas vidas, Seu conforto e força para enfrentarem os desafios que virão. portas abertas

segunda-feira, 19 de março de 2012

Última Palavra: A Motivação Correta Para o Casamento

Por: Pedro Arruda

De maneira geral, admitem-se três possibilidades como motivação para o casamento:
(1) casar para ser feliz;
(2) casar para fazer o outro feliz;
(3) casar para responder à vontade de Deus.

Poucos assumem a primeira possibilidade, pois ela explicita o egoísmo. A segunda dá um tom mais nobre, mas, no fundo, também pode estar contaminada com o mesmo egoísmo, embora mais sutil, uma vez que, se o outro for feliz, isso também me fará feliz. De qualquer forma, ambas se mostram falsas, já que ninguém tem o poder de fazer o outro feliz. A única fonte legítima de felicidade está em fazer a vontade de Deus que é boa, agradável e perfeita. A felicidade não é algo que se pode buscar ou conquistar, mas apenas desfrutar como consequência do nosso procedimento, à medida que somos autênticos em viver de forma que atenda às expectativas de Deus a nosso respeito.

Ninguém é fruto do acaso, pois nossa existência é resultado de uma intenção do Criador (Sl 139). Viemos ao mundo para cumprir um propósito divino, para o qual somos capacitados por Deus (At 17.24-28). O casamento é um dom de Deus e um dos principais recursos para nos capacitar para nossa missão (Mt 19.11). É assim desde o princípio, pois Adão teria sido incapaz de cumprir sua missão de multiplicar-se, encher a terra e dominar sobre ela se Deus não lhe houvesse providenciado Eva para o casamento. Portanto, o casamento não é um fim em si mesmo, mas faz parte da vocação pessoal. Apesar disso, não deve ser encarado como uma obrigação, pois, embora não seja sua finalidade primária, a felicidade vem infalivelmente a todos os que o fundamentam nos propósitos de Deus.

Somente o homem que conhece a sua missão pode ter uma companheira em submissão. Saber o que vai fazer na vida é condição sem a qual é impossível guiar a si mesmo e, pior ainda, pretender guiar outros que lhe sejam atrelados. Esse conhecimento antecede a escolha do cônjuge, pois é preciso saber se o candidato está disposto a trilhar o mesmo caminho. Muitos, em sua ânsia de conquistar o parceiro, oferecem um caminho imaginário, feito somente de coisas boas com conquistas inalcançáveis, criando falsas expectativas que jamais poderão ser cumpridas.

Isso é a frustração já previamente decretada.

“Conhece-te a ti mesmo”, ensinava o filósofo Sócrates. Entretanto, somente quem nos criou pode revelar nossa verdadeira identidade. Ou seja, somente somos verdadeiros à medida que somos o que Deus pensou ou planejou para nós. Isso requer “olhar para nós mesmos com o olhar de Deus”. Do contrário, ficamos sujeitos à arrogância humana com a pretensão de cumprirmos um papel que não nos foi designado, vivendo uma mentira.

Comumente, pensamos em vocação como um chamado de Deus para fazer algo restrito ao que denominamos de atividade ministerial. Entretanto, encontrar a vocação significa descobrir a razão para a qual nascemos, abrangendo a vida como um todo. Não é apenas algo a ser feito, mas o motivo de nossa vida, em conformidade com o que Deus propôs para ela.

Os dons que o Senhor nos confiou estão diretamente ligados à nossa missão. É uma questão de mutualidade e não de conflito. Assim sendo, o casamento não faz competição com o ministério ou qualquer outro projeto na vida, mas antes de tudo é um recurso essencial à realização de nossa vocação.

Devemos ter em conta que, numa mesma escolha, se incluem o cônjuge e o parceiro de ministério como instrumento que Deus certamente usará para nos dotar de sua mentalidade. A prioridade de Deus é transformar nosso coração para que se torne semelhante ao dele, independentemente das nossas realizações, ou seja, do sucesso que pode ser mensurado numericamente. Atitudes contrárias ou indiferentes que o cônjuge pode apresentar não devem ser interpretadas apenas como oposição ao ministério ou um obstáculo a ser superado, sob o risco de se desprezar o mais eficiente recurso de Deus para nosso quebrantamento, o que evitará o orgulho. Então, até mesmo a oposição do cônjuge deve ser motivo de louvor a Deus, pois “crer em Cristo significa também pensar como ele. Isto é, vencer perdendo, viver morrendo, receber doando”.

Sabemos que todas as coisas, sem exclusão daquelas que nos parecem desagradáveis, contribuem para o bem daqueles que amam a Deus e que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28). Contudo, elas estão atreladas ao propósito de Deus e não às nossas intenções particulares. Isso deve nos causar ainda mais “temor e tremor” (Fp 2.12) na hora de escolher o cônjuge, já que não estamos escolhendo alguém para fazer nossa vontade e, sim, a vontade de Deus. Nossa expectativa no casamento é alcançar a satisfação de Cristo acima da nossa, pois a satisfação dele é a única capaz de resultar em felicidade pessoal.

Ao sujeitar a escolha do parceiro à vontade de Deus, muitos receiam que isso venha anular a própria vontade ou que exclua o romantismo do relacionamento. Porém, se considerarmos que “a vontade de Deus não pode ser diferente daquilo que ele é, ou seja, o seu querer não pode separar-se da sua natureza que é amor”, esses temores cairão por terra. Como pode alguém que se diz romântico, querer evitar a participação de Deus que se revela romântico por excelência?

Nota: este texto está, em grande parte, baseado no livro O Caminho da Vocação Cristã, de Marko Ivan Rupnik, Editora Edusc, do qual foram extraídas e adaptadas as frases entre aspas e destacadas em itálico. Trata-se de uma obra no estilo de O Monge e o Executivo, na qual um casal de noivos recebe aconselhamento para encontrar a vontade de Deus, com a liberdade de expor seus conflitos existenciais e espirituais sobre esse assunto. É uma leitura que recomendamos a todos, pois o seu benefício vai muito além daqueles que estão nesta fase da vida.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Deus se recusa a encaixar em nosso “esquema”! por Harold Walker

“Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.9).

Você já pensou sobre o fato de que em algum momento de sua vida, talvez quando menos espera, você deixará tudo que está fazendo, todos os projetos em andamento, todos os planos e sonhos sem realizar, e partirá para a eternidade?

Além disso, você já pensou, que no fim de mundo, isso acontecerá com todos os seres humanos ao mesmo tempo? “…porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem” (Mt 24.44).

Dificilmente acontece com alguém como aconteceu com Moisés – uma morte anunciada! “Naquele mesmo dia falou o Senhor a Moisés, dizendo: Sobe a este monte de Abarim, ao monte Nebo… e morre no monte a que vais subir…” (Dt 32.48-50). Na verdade, a morte de Moisés foi muito mais do que uma morte anunciada – foi um ato de obediência a uma ordem direta do Senhor!

Fiquei pensando sobre isso esses dias. Se vou ter que abandonar todas minhas atividades e projetos em algum momento desconhecido a mim, qual o valor real disso tudo? Será que Deus despreza tudo isso e tem valores diferentes dos meus? E se isso é verdade, quais seriam esses valores? Não seria muito mais eficiente eu largar todo o meu esquema e entrar totalmente no esquema dele?

E não estou pensando apenas na morte, no momento final quando Deus nos chama para fora desse mundo temporal. Quantas vezes Deus interrompe a rotina de alguém sem a menor cerimônia e introduz uma direção completamente diferente! Quantas vezes uma resposta a orações perseverantes de muitos anos chega e a pessoa se encontra tão envolvida com seus alvos imediatos, seu esqueminha de cada dia, que ela nem se apercebe da resposta tão ardentemente desejada!

Não ouso pensar que sei as respostas completas a essas indagações. Sinto apenas algumas dicas que poderão ser úteis para alguém. Penso que Deus não despreza nossas rotinas diárias, nossos esqueminhas de formiga. Pelo contrário, acredito que ele faz algumas de suas maiores obras e de efeito mais duradouro usando nossas ações corriqueiras do dia-a-dia como cenário. Ele é Deus e nós somos seres humanos. Ele tem os seus caminhos e nós temos os nossos. Precisamos apreciar os dele mas não somos Deus e nem devemos tentar ser. Ele respeitou tanto a nossa humanidade que se tornou homem como nós.

Após o dilúvio, Deus colocou o arco-íris no céu como sinal de sua aliança de que nunca mais destruiria a terra com um dilúvio. Ele não queria que o homem vivesse sempre atemorizado, aterrorizado, a ponto de não conseguir estabelecer uma rotina de vida. “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8.22).

Portanto, por um lado o próprio Deus se declara a favor de uma rotina saudável, uma ordem natural de causa e efeito. Por outro lado, ele alerta que essa rotina pode se transformar em uma armadilha, uma hipnótica canção de nanar, que nos rouba o verdadeiro sentido da vida, os valores eternos que deveríamos buscar. “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.38,39).

Resumindo: Penso que precisamos de nossas rotinas, nossos esquemas, nossas esperanças, nossos sonhos, nossos projetos. Devemos trabalhar neles com afinco, dedicação e diligência. Mas não devemos pensar que eles constituem nosso destino, nossa razão de existir. A função deles é apenas para formar um contexto, um cenário, onde algo muito mais importante do que eles está acontecendo. No meio dos nossos caminhos Deus quer nos revelar os seus. De fato, é pelo contraste entre os dois que aprendemos a discernir a presença dele. Os seus caminhos são tão mais altos dos que os nossos, que ele pode invadir e atrapalhar o andamento dos nossos a qualquer momento que será um lucro tremendo. Deus nunca precisa entrar em nosso esquema. Ele é tão louco (aos nossos olhos) que planejou nos introduzir no esquema dele! Se formos fieis no esquema terreno, minúsculo, de formiga, de agora, ele nos colocará depois no seu esquema divino e eterno!

“Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.23).