sexta-feira, 2 de setembro de 2011

SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4


SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4
A PALAVRA PROFÉTICA
John Maclauchlan
Se temos assimilado alguma coisa da natureza da palavra de Deus, não nos
surpreenderemos em saber que há um vínculo indissolúvel entre essa palavra e a igreja. Ela
é a vontade de Deus expressa ao homem, procurando se encarnar no homem. A palavra de
Deus traz à existência um povo, do qual se pode dizer que se torna a sua palavra
encarnada, pois foi criado na mesma imagem daquele que é singularmente a Palavra de
Deus. A palavra de Deus torna-se a igreja, e a igreja não é igreja sem essa palavra.
Quando Paulo chama os tessalonicenses a orar “para que a palavra do Senhor se
propague e seja glorificada”, ele não está pensando na proliferação de idéias. Antes, está
ciente que aqueles a quem está escrevendo são o resultado visível dessa palavra. É a
palavra encarnada; é sua expressão concreta. Ele lhes falou a palavra diretiva e construtiva
de Deus e foram moldados num povo para Deus. Isto aconteceu inacreditavelmente rápido
em Tessalônica. Paulo agora exorta aqueles que experimentaram esse resultado rápido da
palavra de Deus a orar por triunfo semelhante e resultados imediatos em outros lugares.
Claramente, par Paulo, a igreja se origina da palavra de Deus. Se a palavra é a autoexpressão
de Deus, a igreja também o é. Através dela ele fala aos homens. A mesma
ligação é evidente em outros lugares. Lemos em Atos 9:31 “A igreja, na verdade, tinha paz
por toda a Judéia, Galiléia,e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor e, no
conforto do Espírito Santo, crescia em número”. Compare isto com Atos 6:7 “Crescia a
palavra de Deus e... multiplicava-se o número dos discípulos...”.
A PALAVRA E A IGREJA SÃO UMA
Em outro lugar, é simplesmente: “... a palavra de Deus crescia e se multiplicava” (At
12:24), e ainda em outro: “... a palavra de Deus crescia e prevalecia...” (At 19:20). O
crescimento da igreja é atribuído à palavra. Além disto, é identificado com o crescimento da
palavra. A palavra e a igreja são uma. Lemos nestas passagens sobre o desenvolvimento e
crescimento da auto-expressão de Deus na terra. Mais e mais, ele tem um povo em quem
pode viver e através de quem pode revelar como ele é.
A implicação é clara. A igreja é totalmente dependente da palavra profética. Sem esta
palavra, ela cessa de ser a igreja do Deus vivo. Separar a palavra da igreja é o mesmo que
retirar o espírito do homem: resta apenas um cadáver.
O ápice da auto-expressão de Deus é Jesus. Ele encarnou e revelou perfeitamente
tudo que Deus é. Nele o Deus invisível é visto pelos homens. Mas Paulo chama a igreja
“corpo” de Jesus, que equivale a chamá-la sua auto-expressão. Vai mais além e a descreve
como a “plenitude” de Jesus, um termo usado no grego para o carregamento de um navio,
ou conteúdo total de uma embarcação. A igreja contém, encarna, é plena de Cristo.
Nisto tudo, Paulo não está se referindo aos dias passados quando Jesus andou na
terra em um corpo mortal. Antes, descreve-os exaltado e supremo sobre todos os seus
inimigos, enchendo o universo como sua grandeza. A igreja é a encarnação e expressão na

terra do Reis dos reis. É a “plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef
1:23).
Jesus é a Palavra de Deus. A igreja o encarna e expressa. A Palavra triunfante de
Deus, exaltada e glorificada, vive em seu povo. Este povo não é chamado à existência par
exemplificar uma cópia religiosa de Cristo. São criados como aqueles em quem ele vive. São
seus filhos e filhas. São as expressões de Deus na terra.
NÃO EXISTE UMA “PLANTA” PARA A IGREJA
Deus se recusa a ser limitado pelo homem. Não será restringido pelas limitações de
conhecimento ou teologia humanos. Reserva a si mesmo a liberdade pessoal que é legítima
somente para quem é supremo. Questionado sobre sua própria definição, responde: “Eu sou
o que sou”.
Conclui-se que um povo designado a expressá-lo não pode ser limitado a uma forma
preestabelecida ou desenvolver-se segundo as linhas de uma planta predeterminada. Não
pode haver um “padrão” para a igreja. Um corpo estruturado de acordo com algum padrão
ou restrito àquilo que surgiu da assim chamada ortodoxia histórica, será meramente uma
instituição religiosa humana. Não importa como os homens queiram chamá-la, não pode ser
a igreja do Deus vivo.
O conceito de igreja como instituição que se autoperpetua é horripilante. Capaz em si
mesma de se manter e existir como organização, mas destituída da presença de Deus.
Torna-se inimiga de todos os propósitos de Deus. Torna-se cadáver mencionado acima, um
corpo do qual o fôlego se foi. Mas o absurdo deste é instituído pelo horror, pois este cadáver
ainda anda, locomove-se, e fala. Ilude os homens a pensar que ainda representa Deus. Na
verdade, grotescamente deturpa a sua imagem.
A BLASFÊMIA DO INSTITUCIONALISMO
O institucionalismo desta forma se torna uma blasfêmia, e homens como corações
dedicados a Deus se afastam dele com horror. O que, então, podemos dizer da igreja?
Somente isto, que como auto-expressão de Deus “ela é o que é”. Ou, talvez melhor, “é o que
Deus é“. A igreja é totalmente vinculada a Deus. Sem o seu fôlego, morre. É quando Deus
fala que a igreja toma sua forma e semelhança. É pela palavra de Deus que ela se torna o
que ele é. E isto é um processo contínuo: Deus falando e a igreja ouvindo e
correspondendo. É somente dessa maneira que a igreja pode ser o que Deus quer que ela
seja, e cumprir sua vontade na terra.
Jesus concede temível autoridade à igreja. A partir da sua ênfase no direito e dever
da igreja de tratar com o pecado no seu meio, ele mostra que a igreja tem todo poder no céu
e na terra. Para exercer tal poder, ela precisa somente “concordar” e “pedir”. E pode ser até
com dois crentes que se unam desta maneira. Mas a base crucial de tudo isto é ter dois ou
três que reúnem em Jesus. A ênfase está em Deus reunir seu povo, e o propósito de tal
reunião é entrar na pessoa de Jesus.
Somente este chamamento e mover divinos trarão a promessa de Jesus estar no
nosso meio. E como vimos, tal ação divina inevitavelmente relaciona-se com a sua palavra.
É quando ele fala que vemos Jesus. É através de sua voz que somos chamados. É através
de sua palavra que somos comissionados e atraídos à experiência de seu Filho. É em

relacionamento vivo com Jesus que temos sua autoridade e podemos ligar e desligar. A
igreja existe para entrar em Jesus, e isso acontece pela palavra viva procedente de Deus.
Muitas vezes se tem dito que a igreja não é um prédio, mas são as pessoas. Sugiro
que esta declaração seja verdadeira, porém inadequada. Verdadeira, porque tira nossa
atenção dos tijolos e argamassa, e a dirige para a verdadeira casa de Deus, constituída de
homens e mulheres. Mas inadequada, porque podemos ver a igreja como pessoa e mesmo
assim ter uma instituição. Talvez devam se reunir de uma maneira específica. Talvez devam
ter um tipo específico de estrutura ou liderança.
Se esta é a nossa visão da igreja, podemos dizer o quanto quisermos que ela
consiste de pessoas e não de prédios, mas ainda temos um conceito institucional. Nossa
visão é sectarista; divide-se na base de aderência a um conjunto específico de credos e
ações. Alguns tentam responder à questão acima com uma definição geral como esta: “a
igreja consiste de todos os regenerados”, mas geralmente acabam em divisões sectaristas
da mesma forma.
Não pode ser assim, devemos ver a igreja como um povo em correspondência ativa e
atual ao Deus vivo. Ela está sempre ligada a um propósito, não a credos fixos ou formas
predeterminadas ou ações prescritas. É a prática que é importante, não a teoria. Somente
através de ouvir e praticar o que Deus está dizendo é que um povo pode representar seu
nome. Tal povo é totalmente vinculado a Deus, sem segurança humana nem religiosa.
Vivem pelo que ele diz: morreriam sem isto. Não têm uma estrutura inflexível ou que se
autoperpetua. Podem ser descritos como um povo profético, pois são completamente
dependentes da palavra profética de Deus.
A NATUREZA DA PALAVRA
Em Efésios 6:17 “espada” e “espírito” se identificam, e “espírito” é definido como
“palavra de Deus”. Semelhante a esta passagem é Isaías 11:4 na Septuaginta, que liga “a
palavra da boca” com “o sopro de seus lábios”, enquanto que no hebraico a frase anterior é
“a vara da sua boca”. Desta forma vários termos se identificam. A palavra pode ser descrita
como espada, referindo-se ao seu poder cortante e penetrante, e à sua (Jo 6:63), referindose
à sua verdadeira natureza e também ao seu efeito, mostrando côo deve ser recebida pela
fé.
Do mesmo modo, a palavra pode ser descrita como sopro, mostrando que ela é
vivificante e é a expressão de Deus. Pode se chamar vara, referindo-se à sua autoridade e
poder para disciplinar e governar. A tudo isto podemos acrescentar a frase que o Senhor
Jesus destruirá o iníquo com o espírito, ou sopro, da sua boca.
É instrutivo comparar estas várias descrições da “palavra” com aquela do povo de
Deus em Isaías 49:1-3. É Israel, povo de Deus, que é descrito como “chamado” e
“nomeado”. O povo de Deus tem uma boca como uma espada aguda; são uma flecha
polida. Assim como Jesus é visto com uma espada aguda de dois gumes procedente de sua
boca e é chamado a Palavra de Deus, da mesma forma o povo de Deus segura e maneja
esta espada. Esta espada, intimamente ligada à palavra de Deus, é usada por eles para
governar e julgar as nações (Sl 149:5-9). Isto é uma honra para todos os seus santos.
Devemos ser um povo de palavra de Deus, experimentando sua natureza, incisão,
poder, autoridade, efeito, e vida. Desta maneira, podemos manifestar e expressar a palavra
de Deus ao mundo, e finalmente estar preparados para governá-lo. Não há outra forma de

governá-lo. Sabedoria e experiência humana cristã. O mundo pertence a Deus e ele anseia
por expressar-se a si mesmo e a sua vontade para com ele. Isto ele fará de Sião, seu lugar
de habitação. Toda a terra se calará diante de Deus através de seu povo. Deste contexto
falará à sua criação (Zc 2:10-13).
A PALAVRA PROFÉTICA
John Maclauchlan
Falando, Deus se declara. Revela sua vontade, e exerce seu poder para realizar esta
vontade. Sua palavra é acontecimento e toma forma e semelhança concretas na terra. Sua
palavra é sua auto-expressão, e podemos seguramente assumir que Deus se expressará
plenamente me tudo o que criou.
Deus não abandonou sua criação. Não deixou o homem entregue a seus próprios
alvos egoístas. Não o entregou à autodestruição. Entregando seu filho, a preço de morte,
Deus redimiu o Homem e preservou seu propósito par ele. Colocou o homem na terra para
se tornar uma encarnação e expressão de Deus. Deus agora fala ao homem redimido parar
realizar seu propósito. Fez o homem para reinar e agora está comunicando sua própria
autoridade aos verdadeiramente submissos para que os mansos herdem a terra.
A palavra profética é relevante e atual. Traz discernimento dos acontecimentos atuais
e revela o propósito de Deus em relação a eles. Dirige o povo de Deus para que saiba como
viver. Mostra à igreja que tipo e forma deve tomar a fim de ser a encarnação do Deus que “é
o que é”. Mas também dá uma perspectiva histórica. Mostra-nos uma visão ampla da
atividade de Deus e comunica um senso de participação no propósito divino. Dá-nos um
senso de destino.
Não cabe à palavra profética predizer o futuro. Clarividência e profecia não têm nada
em comum. A verdadeira palavra profética sempre conservará a integridade do tempo, pois
sempre move-se dentro da integridade de Deus. Deus realmente dá alternativas ao homem.
Realmente lhe expressa seus desejos. Realmente adapta seu plano de acordo com o rumo
das circunstâncias. Ele não apenas prediz; declara suas intenções.
De fato, por ele ter a capacidade de compreender tantas coisas ao mesmo tempo e
entender toda a miríade de fatores envolvidos num assunto, ele pode, como precisão,
projetar o curso futuro dos acontecimentos – mesmo diante de muitas coisas variáveis.
Neste sentido muitas vezes revela ao seu povôo que há de vir. Mas acima e além disto,
comunica sua vontade ao homem. Declara sua intenção e fala criativamente para trazê-lo à
luz.
VISÃO, NÃO CLARIVIDÊNCIA
Deus concebe dentro de si mesmo o objetivo pelo qual está trabalhando. É esta
concepção, esta visão divina, que ele revela aos seus profetas. Alguns hermeneutas têm
confundido esta visão com um vislumbre de um futuro predeterminado. Mas o futuro ainda
não aconteceu. O tempo é real, não é uma ilusão. Os profetas durante os milênios viram a
intenção de Deus, comunicada a eles por meio de palavras, símbolos e visões.
Em correspondência a Deus, seu povo é chamado a entrar na sua visão. Somos
chamados a nos apresentar em espírito diante de seu trono. Não somos mantidos à

distância pelo medo, como Israel no Sinai, mas somos transportados ao cume de Sião.
Desta forma vemos a consumação, pois somos inundados pela fé e visão do próprio Deus.
Desta forma há perfeição; desta forma há governo total; desta forma há ordem; desta forma
há plena formosura. Desta forma, perto do próprio Deus, somos elevados acima do pecado,
confusão e fracasso. A imperfeição é ofuscada pela sua glória. Desta forma vemos a
perfeição que a obra de Jesus produz em nós.
Porque ele nos tem trazido à sua presença para perceber o sue propósito, é mais que
imperativo ouvirmos o que ele está dizendo agora. Está falando para destruir todo pecado e
imperfeição e para estabelecer seu reino inabalável em toda sua glória na terra. A perfeição
que é Deus encherá sua criação. Nós, que vemos o homem consumado nele que podemos
nos submeter à obra de Deus que destrói toda nossa limitação. É porque o Cristo glorificado
e ressurreto se identifica tão de perto conosco para nos ajudar que podemos subir com ele
para a verdadeira glória do homem.
Pela sua palavra Deus se declara. Portanto, expressa o que está nele, inclusive seus
alvos e objetivos. E são declarados como realidade, pois realmente existem em Deus. Ele
confia totalmente no seu poder para trazê-lo à luz. Um povo profético precisa compartilhar
esta confiança. Porque vemos a glória de Deus e nos maravilhamos com seu poder, cremos
nos seus objetivos. Compartilhamos sua visão e a declaramos, sabendo que ele é o Deus
todo poderoso e a cumprirá.
João viu a glória de Jesus. Certamente sentiu júbilo e alegria incríveis. Mas
imediatamente depois disto, viu as falhas das igrejas (Ap 2, 3). Viu em alguns detalhes as
muitas maneiras pelas quais não alcançaram a glória de Cristo. Seu júbilo se transformou
em tristeza, pois não estava a igreja designada a ser a expressão plena de Cristo na terra?
A resposta de Deus foi levá-lo aos céus (Ap 4).
Lá ele vê o trono de Deus e Deus neste trono. Lá na presença de Deus, uma fé
renovada inunda sua alma. Porque vê o reino de Deus, pode ver também a igreja glorificada
governando. De fato, pode ver toda a criação prostrada diante do trono de Deus. Vê a igreja
se regozijar no cumprimento de sua missão, confessando que toda glória pertence a Deus.
Então, Deus nos mostra sus propósito e mostra-nos seu poder. Desta maneira,
habilita-nos a prosseguir em fé, conhecendo que em espírito temos a substância e evidência
do que deve acontecer (Hb 11:1). Podemos entrar de todo coração na obra, pois a obra é de
Deus. Conhecemos o próprio Deus, e temos toda “substância” e “evidência” nele. Confiamos
que pela sua graça e poder veremos os céus descendo para a terra.
NÃO UM FUTURO PREDETERMINADO
Há muitos imprevistos possíveis nos eventos que envolvem a realização da vontade
de Deus. Não é um caso de descobrir o curso preestabelecido dos acontecimentos, pois o
futuro não é predeterminado. Um futuro predeterminado minaria a integridade moral de
Deus, pois o homem não seria legitimamente responsável por suas ações. Conhecer a Deus
é que torna a vida uma aventura empolgante. Dia após dia ele nos dá o discernimento da
sua vontade. Dia após dia dirige-nos. Por isso, diariamente ele forma o futuro à medida que
seu povo lhe corresponde. Ele fala e acontece. Algo sucede e se encarna naqueles que
ouvem sua voz. O ser humano se aproxima mais de Deus. A igreja é preparada para
governar e reinar.

Com tudo mais, o século vindouro está em Deus. É o seu propósito; é a sua criação.
Então, à medida que nos aproximamos de Deus, experimentamos agora o poder do século
vindouro (Hb 6:5). Vivemos agora como aqueles que usufruem o governo de Jesus, um
governo que temos certeza será estabelecido sobre todos os homens.
O próprio Jesus demonstrou esta atitude de viver no cumprimento do século vindouro.
Onde quer que ia, declarava que o reino de Deus estava próximo. Muitas vezes falou e
assim foi. O reino chegou, a consumação foi liberada. “Seja curado... seja limpo... seja
abençoado...” Jesus identificou palavras e obras (Jo 14:10), pois suas palavras eram
acontecimento. Introduziram Deus na vida das pessoas; introduziram o século vindouro no
presente.
Ver Deus é ver tudo que é possível nele. É crer numa solução plena e final para todo
o problema. É ver o homem redimido e restaurado como representante de Deus. É ver o
universo liberto. Ver tudo isto é acelerar seu cumprimento tangível. Os discípulos que viram
Jesus na transfiguração conseqüentemente declararam seu “poder e vinda”. O que viram
confirmou a palavra profética que declarou a consumação. O que viram capacitou-os a falar
aquela palavra a outros. A palavra capacitou os discípulos e aqueles que os ouviram a viver
e prosseguir dia após dia. Atraíram-nos para o alvo (2 Pe 1:16-18).
Está claro nos relatos da transfiguração que seu significado seria mal compreendido
pelos que a assistiram se Deus não tivesse falado. Semelhantemente, Pedro exorta contra a
interpretação humana da profecia. Não é um casão de interpretação particular. O mesmo
Espírito Santo que inspirou os profetas a falar dever interpretar o que eles disseram. Porque
a consumação é o desejo do coração de Deus, ele precisa comunicar este desejo a nós
hoje. Não poder ser aprendida sistematicamente nem entendida logicamente (2 Pe 1:19-20).
O coração de Deus se revela pela palavra profética. Uma revelação e percepção de
Deus em sua glória e poder dever ser acompanhada pela sua palavra que expõe seu
significado a nós. Deus se revela para nos incentivar a prosseguir. Manifesta-nos sua glória
para repartir sua presença conosco. Revela seus anseios a nós para que possam se tornar
nossos anseios. Convida-nos a compartilhar com ele a realização de seus objetivos.
ACONTECIMENTO NÃO INFORMAÇÃO
Sua palavra, como sempre, é espírito, vida, e acontecimento. Não é informação. A
palavra de Deus não provê diretrizes à ação; ela nos muda, transforma e impulsiona para
entrar em ação. A palavra de consumação introduz a perfeição dentro de nós. Transcende a
toda desordem terrena, toda decadência humana. Leva-nos até Deus para que vejamos seu
governo. Dirige nossas ações na confiança tranqüila que Deus é o Senhor de tudo.
Capacita-nos a reconhecer agora o que todos os homens verão depois. Torna-nos pioneiros
que vêem o governo efetivo de Deus nem nossas vidas.
É pelo ouvir a palavra profética que nos tornamos vencedores. Se estamos ouvindo e
obedecendo ao que o Espírito está dizendo às igrejas, venceremos (Ap 2:7,11,17; 3:21,22).
A palavra profética pode nos capacitar a ver o que está errado. Pode nos conceder desejo e
força para ser livres de limitação e decadência. Pode nos aprumar como servos de Deus.
Pela sua palavra Deus pode nos libertar de todas as falhas das sete igrejas e levar-nos aos
lugares celestiais para vê-lo no seu torno. Ao falar-nos, Deus pode nos levar por cada fase
do desenvolvimento do seu propósito.

É tempo de a igreja parar de brincar com profecias. Que Deus nos livre dos
fornecedores profissionais de interpretações e também dos especuladores amadores. Não
há um curso fixo de acontecimentos futuros a ser descoberto por um assalto intelectual às
escrituras. Tal pensamento é uma desilusão incentivada por aqueles que buscam segurança
em seu próprio entendimento e temem a aventura da vida.
Mas há um futuro. Graças a Deus por isso! E há um alvo. Ao permitir o Deus vivo nos
revelar seus objetivos vivos, iremos vê-los com esperança e fé, e não com mera curiosidade.
Nosso instinto por autopreservação, nossa exigência por segurança pessoal, cederão ao
desejo de que os desígnios de Deus sejam realizados. Assim nos tornaremos mais
dependentes de Deus, e buscaremos somente fazer sua vontade.
Nesta dependência Deus nos falará. Nosso clamor por sua direção, nossa insistência
de que sem ela pereceríamos, produzirão os profetas da igreja. A igreja novamente ouvirá a
palavra profética com clareza. A magnificência de Deus, sua majestade, será manifesta.
Pela sua presença e pela sua palavra ele nos transformará.
Falando a nós ele nos constituirá como sua comunidade na terra. Dirigindo nossas
ações nos mostrará o que fazer para preparar seu caminho. Através da palavra profética,
estabelecerá em nós toda sua vontade para o homem. E a palavra profética produzira a
consumação de todas as coisas em nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário